A ideia principal deste trabalho é dar continuidade ao trabalho de décadas de estudo sobre a música latino-americana e destacar sua ampla gama de ritmos e cores musicais em uma obra para violoncelo solo que abrange toda essa diversidade de forma representativa. O trabalho não pretende ser literal na abordagem de cada ritmo e é compilado em seis capítulos dos muitos ritmos existentes na região, até porque é talvez quase impossível catalogar todos em sua totalidade, mas tenta representar essa diversidade através do violoncelo solo. Cada Partita possui três movimentos e cada um foi nomeado após um ecossistema na América Latina, a fim de poder agrupar OS RITMOS ABORDADOS por região, sendo eles PAMPA, CAATINGA, ANDES, FLORESTA AMAZÔNICA, CARIBE e CHAPARRAL. Compre aqui a partitura.

6 Partitas Latino-Americanas para Violoncelo Solo
Rafael Cesário






Vídeo Release
Sobre o disco
A comparação com as Partitas para violino solo e as suítes para violoncelo solo, ambas de J.S. Bach, é inevitável e deliberada, com o objetivo de valorizar a música latino-americana equipando-se com a virtuosidade de um instrumento tão europeu quanto o violoncelo, mas que se tornou “americanizado” ao longo do tempo. A pesquisa para desenvolver este trabalho como um todo foi focada em ritmos e danças de toda a América Latina, que representam um emaranhado musical muito rico de uma região onde a música praticada muitas vezes não reconhece fronteiras (por esse motivo agrupada neste trabalho como biomas e não como países), e é isso que a une de certa forma, com suas semelhanças e individualidades e com suas origens tão remotas quanto a música dos povos originais do continente, a música europeia, a música africana e outras vindas de muitas partes do mundo que decidiram se reunir e construir um caleidoscópio musical dos mais ricos do mundo. Adicionado a isso está o fato de que o violoncelo é um instrumento “erudito” muito presente e amado em todo o continente latino-americano.
Pesquisei um enorme número de ritmos e manifestações populares nos últimos vinte anos, o que me deu a base para desenvolver muitas obras relacionadas com a recuperação e apreciação da música do nosso continente. Exaltar alguns ritmos que estão quase extintos, valorizar os menos conhecidos enquanto apresento os mais conhecidos ao público, etc., têm sido alguns dos propósitos por trás da criação deste álbum. Além disso, tive que despertar o interesse do intérprete, o que me levou a abordar diversos requisitos técnicos da escola de violoncelo (técnica tradicional, técnica expandida, efeitos, etc.). Uma tarefa singular de reunir um conjunto de obras que se complementem em termos de temas e ponto de vista do violoncelista, colocando assim o instrumento em um nível ainda mais alto quando o tema é Música Latino-Americana.
Arthur Barbosa, novembro de 2022


Sobre a gravação
A gravação foi feita no Estúdio A no Jacarandá. Optamos por usar um conjunto de microfones durante a gravação. Montamos um “Decca Tree” com dois MKH 800 TWINS e um DPA 4041SP no centro, juntamente com dois MKH 800 TWINS como Outriggers (pré Millennia). Durante a mixagem, o Decca Tree acabou não sendo utilizado, mas os dois Outriggers foram usados levemente para aprimorar a espacialidade (através do som não correlacionado do campo difuso).
Os principais microfones são um conjunto Straus Paket composto por Schoeps MK4 e DPA 4006, em um pré-amplificador GML. Na mixagem, ouvimos principalmente uma mistura entre esses dois conjuntos de microfones. Em algumas músicas, há um pouco mais de ênfase nos Schoeps ou DPA.
Três spots foram usados, um Brüel & Kjær 4006, 4011 e Schoeps MK2. Durante a mixagem, eles não foram usados, exceto para algumas passagens de Pizzicato onde o 4006 foi usado como suporte.
Para a percussão com os pés, usamos um MKH 800 P48 com um padrão polar bidirecional, a fim de utilizar os nulos do padrão polar para focar no sapateado enquanto rejeitamos o som direto do violoncelo. Este microfone foi usado apenas durante a percussão.
O álbum não recebeu equalização, exceto por um corte de baixa que removeu frequências baixas abaixo da emissão do violoncelo.
Faixas e Informações
Recording: Julian J. Ludwig, Rafael Thèmes
Direction / Editing: Marcos Scheffel
Mix Engineer: Julian J. Ludwig
Mastering Engineer: Julian J. Ludwig
Local: Jacarandá
Producer: Julian J. Ludwig
Publishing: Jacarandá
Release: 2024
Genre: Classical
Recording format: 96Khz, 24 bit
Delivery: Stereo 96/24
SKU: JM 0001





Informações Adicionais
Rafael Cesário
Graduado mestre pela USP, ele obteve o diploma de “Perfeccionamiento” com aprovação unânime e congratulações do júri no Conservatório Departamental du Val de Bièvre em Paris, França, sob a orientação do renomado violoncelista francês Romain Garioud. No Brasil, ele recebeu aulas de Eduardo Bello, André Micheletti e Fabio Presgrave. Premiado em várias competições, também recebeu aulas de Antonio Meneses, Alisa Weiterstein, Peter Szabo, Dennis Parker, Pieter Wispelwey, Sol Gabetta, entre outros.
Como solista, ele se apresentou com importantes orquestras como a Orquestra Sinfônica do Paraná OSP, Orquestra do Theatro São Pedro – SP ORTHESP, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo OSM, Orquestra Sinfônica da USP OSUSP, Orquestra Sinfônica Heliópolis, entre outras, conduzidas por maestros proeminentes como Henrik Schaefer, Roberto Tibiriçá, Roberto Minczuk, entre outros.
No Festival de Trancoso (2017), ele se apresentou como solista e músico de câmara ao lado de músicos renomados como o violinista Lorenz Nasturica (spalla da Filarmônica de Munique), o flautista Mathieu Dufour e o oboísta Andreas Wittmann, ambos membros da Filarmônica de Berlim.
Atualmente, ele é membro do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. Paralelamente, ele está desenvolvendo uma carreira de recitais com piano e outras formações de câmara com os principais músicos da cena musical, além de se apresentar como solista com orquestras. Nos últimos dois anos, ele lançou 3 álbuns em plataformas digitais: “UM OUTRO ADEUS” e “MEU BRASIL” com André Mehmari e “BEETHOVEN VARIATIONS” com Marcos Aragoni. Em 2024, ele lançará um álbum com obras de Almeida Prado ao lado do violinista Emmanule Baldini sob o selo Naxos.
Em 2022/2023, ele atuou como primeiro violoncelista convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo OSESP, incluindo uma turnê nos EUA (outubro de 2022), onde se apresentou no Carnegie Hall em Nova York.
Sobre o Projeto
A DIVERSIDADE DA MÚSICA LATINA É O TEMA DE UM RECITAL DE VIOLONCELO
Em 2022, teve sua estreia mundial no Festival Jornadas Musicales de BIOBIO no Chile, organizado pela fundação Artistas del Acero, com uma audiência estimada de 500 pessoas. No Brasil, na cidade de Campinas, em outubro de 2023, no Conservatório Carlos Gomes.
O recital apresenta a nova obra do compositor, maestro e violinista brasileiro Arthur Barbosa. A composição, “6 Partitas Latino-Americanas para Violoncelo Solo”, é dedicada à música solo latina, seus ritmos e seu folclore.
Essas partitas são o resultado de 20 anos de pesquisa de Arthur Barbosa sobre música na América Latina, transformando essa música popular em uma linguagem mais adequada para a música de concerto. Também presta homenagem ao próprio Bach, que escreveu seis suítes para violoncelo e seis partitas para violino solo também. O intérprete, violoncelista Rafael Cesário, é membro do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e um solista internacional.
Vale ressaltar que Arthur também estará presente como comentarista no evento e detalhará seu processo criativo.
Sobre o compositor Arthur Barbosa
Violinista por formação, compositor e maestro, Arthur Barbosa está envolvido com música desde os dez anos de idade e é violinista da OSPA desde 1998. Ele também ocupa o cargo de maestro da OSPA Jovem desde 2014. Nascido em Fortaleza, Brasil, ele já morou na Argentina e no Chile, além de João Pessoa e Campinas. Ele possui uma vasta experiência na pesquisa da música latino-americana e suas diversas formas desde 1999, e sua vivência na Argentina e no Chile por seis anos, assim como suas viagens por toda a América Latina, o tornaram um dedicado pesquisador da cultura do continente, explorando sua cultura musical e todas as suas manifestações.
Suas obras foram executadas em mais de 20 países, incluindo oito estreias mundiais realizadas fora do Brasil, e ele foi compositor residente em diversos festivais internacionais desde 2003. Em 2015 e 2016, integrou o painel de música do Comitê Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) no Brasil. Ele já conduziu orquestras em países como Espanha, França, Chile, Argentina, Estados Unidos, Alemanha, além do Brasil. Desde 2022, ele é o maestro principal do Encontro Nacional de Orquestras Juvenis em Concepción, Chile. Entre seus reconhecimentos e prêmios, ele venceu o Prêmio Açorianos três vezes (2005, 2010, 2022), e em 2023, foi o compositor homenageado no 25º Encontro de Violoncelos do Rio Grande do Sul.