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AIR Studio 3 with Kiera1 | Não é fácil catalogar todas as produtoras de áudio do Brasil. Para ajudar, disponibilizamos uma lista com mais de 100 produtoras de áudio e seus respectivos sites. Este recurso é ideal para profissionais que buscam uma oportunidade de estágio ou uma nova vaga de emprego.

Lista de Produtoras de áudio no Brasil (com site)

By Marketing

 

Não é fácil catalogar todas as produtoras de áudio do Brasil. Para ajudar, disponibilizamos uma lista com mais de 100 produtoras de áudio e seus respectivos sites. Este recurso é ideal para profissionais que buscam uma oportunidade de estágio ou uma nova vaga de emprego.

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FeadrAB | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

Os Segredos da Produção Musical

By Marketing

Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

As novas tecnologias simplificaram o acesso tanto ao conhecimento quanto aos bens de produção musical. Hoje, todos os músicos, sejam eles profissionais, iniciantes ou amadores de qualquer classe social e estilo musical têm plenas condições de montar e operar um estúdio e de realizar gravações e mixagens de alto nível. Com a absorção dos antigos equipamentos pelo computador, a queda nos custos e a facilidade de obtermos informações e estudar com a Internet o que parecia há poucos anos um sonho distante é agora uma realidade óbvia até para quem não queria ver. Tornar-se produtor é parecido com aprender a tocar um instrumento, que depende 99 por cento de transpiração e um por cento de inspiração, como dizem os mestres. Só que, temos que admitir, é bem mais rápido aprender a dominar as técnicas de gravação e de produção musical do que aprender a tocar bem a maioria dos instrumentos.

O primeiro passo é entender que a produção musical precisa de conhecimentos ou noções de áudio, música, informática, inglês, marketing e até de psicologia. Outras matérias também ajudam, como direito, história e eletrônica, mas não são as principais. Assim como ninguém precisa estudar telecomunicações para falar num celular, o produtor que usa uma mesa de som não é obrigado a entender de eletrônica. Quem precisa mais disso são os técnicos de manutenção, os projetistas de equipamentos e os desenvolvedores de programas. O melhor é o produtor musical estar atualizado na maior variedade possível de assuntos, acompanhar o seu tempo.

17 0101 | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

No entanto, é importante ter alguma noção do que se passa nos computadores, já que eles passaram a ser o próprio sistema de gravação. Quem vai montar ou comprar um computador para gravar tem que saber escolher todas as peças e os programas, sob pena do sistema simplesmente não funcionar. Nossos estúdios, hoje, têm quase todos os componentes em forma de software. Já não são apenas programas gravadores, mesas de mixagem e efeitos, mas instrumentos musicais muito complexos com enormes coleções de timbres de altíssima qualidade, simuladores de amplificadores, de microfones, de ambientes acústicos, ferramentas revolucionárias para produção de música eletrônica e programas de edição de vídeo, a mídia para onde tantas outras estão convergindo. Os computadores que suportam todos esses recursos são bem mais sofisticados do que aqueles montados para escritórios.

Mesmo assim, com a queda na taxação dos produtos de informática e a desvalorização do dólar, computadores bastante robustos custam, hoje, poucos milhares de reais. Este era, nem faz muito tempo, o preço de um único item do estúdio, como um sintetizador popular ou uma mesinha de som, e não o custo de, praticamente, um estúdio inteiro. E muitos computadores com configurações mais antigas ou básicas rodam perfeitamente os programas mais leves e os mais antigos. Para realizarmos gravações e mixagens de instrumentos e vozes em pequena quantidade, em muitos casos, podemos usar um mesmo sistema por muito tempo, escapando do consumismo desenfreado que leva alguns produtores a trocar de computador todo ano.

É claro que todo mundo quer ter sempre a última versão do seu programa favorito. Mas isto não é o mais importante. O importante, como diz o jargão, é usar o programa que você sabe usar. Enquanto ele estiver resolvendo, ninguém precisa se culpar por não estar com o sistema de gravação atualizado se não tiver condições para isto.

O mercado de trabalho

A diversidade dos equipamentos e programas encontrados nos home studios reflete a variedade de talentos e aptidões que temos no meio musical. Mesmo em casa ou em sistemas móveis, músicos de todos os gêneros e estilos gravam e mixam muitos canais de áudio, masterizam CDs e ainda divulgam e comercializam suas obras na Internet, produzem música eletrônica e todo tipo de música utilizando samplers, sintetizadores e gravando áudio ao mesmo tempo, mixando e masterizando todo o material. Com isso, fazem álbuns, trilhas, jingles e demonstrações. Muitos também sonorizam vídeos ou mesmo produzem seus próprios, apresentando seu trabalho na Internet e autorando DVDs seus e dos seus clientes.

Esses produtores atendem diretamente ou através de agências a um mercado crescente e diversificado. Além dos clientes tradicionais, como gravadoras, artistas e bandas independentes, emissoras de rádio e TV, agências de publicidade e produtoras de cinema, vídeo e teatro, temos hoje empresas produtoras de multimídia, web designers e clientes diretos de todo tipo, como grandes e médias empresas com seus vídeos institucionais e de treinamento, igrejas, políticos, DJs e as múltiplas emissoras de TV digital que surgirão a partir de agora. Isto sem contar o público em geral que solicita transferência de áudio de mídias antigas para as novas como cópias de fitas e discos para CDs e arquivos MP3.

Todos esses clientes se voltam cada vez mais para a negociação direta com os produtores musicais. Paradoxalmente, quanto mais se torna uma atividade caseira, mais a produção de áudio e música expande seu mercado e, com isso, se estabelece como atividade econômica de massa e não mais somente de ponta. Não podemos esquecer as grandes produtoras e muitas outras empresas que absorvem diversos produtores, mas é espantosa a multiplicação dos estúdios caseiros com atividade comercial permanente atuando em todos os municípios do país.

O que é preciso estudar?

Um músico, o tempo todo, produz áudio. É fundamental para todo músico conhecer as propriedades do som e certas técnicas de utilização de recursos de áudio para ele conseguir soar adequadamente. Como, por exemplo, saber captar e equalizar o som de seu instrumento para que ele soe natural numa gravação ou numa apresentação ao vivo.

Também é fundamental o operador e o produtor de áudio conhecerem música para que o resultado do seu trabalho tenha musicalidade. Parece óbvio, mas, sem isso, o seu som fica estranho. Sem um certo treinamento musical de sua audição, eles podem deixar passar erros de interpretação ou de harmonia dos músicos que gravam e terão mais dificuldade em compreender as funções dos instrumentos e vozes dentro de um arranjo, o que comprometerá a mixagem e o produto final.

O produtor musical é, antes de tudo, um músico. Ao produzir um CD ou compor uma trilha, ele vai realizar da forma mais completa o fazer musical. Vai reunir todas as idéias musicais de forma equilibrada num projeto, o que requer conhecimento de música. Para garantir a qualidade sonora do seu trabalho, ele também precisa conhecer o áudio e as suas ferramentas.

02 0931 | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

Vários novos produtores (infelizmente, alguns nem tão novos assim) julgam compensar suas deficiências de conhecimento utilizando presets dos plug-ins de áudio. Essas programações são feitas pelos fabricantes para mostrar os recursos e a versatilidade dos seus programas. Mas foram desenvolvidas para outras músicas, outras gravações. Nada garante que sejam adequadas ao que se está gravando ou criando. Perseguindo supostos “padrões” de operação dos equipamentos e programas, seu som nada tem de ‘padronizado’ ou “a favor da maré”, como eles provavelmente gostariam. Soa apenas desajeitado. A falta de conhecimento de áudio costuma impedir que o operador, o produtor e os músicos em geral encontrem o seu som.

É muito importante conhecer a prática e a teoria musical, saber ler, saber escrever música. Porque quem sabe ler e escrever, sabe ouvir. Enquanto o músico precisa conhecer áudio para saber fazer soar aquilo que concebeu, o profissional de áudio precisa entender que ele também é um músico e buscar dominar também as ferramentas musicais. Mais de noventa por cento do que se grava e do que se sonoriza é música.

Quem pretende seguir a carreira de produtor musical precisa conhecer música a fundo, além do áudio. É este ‘maestro’ moderno quem faz a música acontecer, nem que seus “músicos” sejam programas de computador. Embora gravar tudo sozinho seja hoje um hábito de muitos, os pioneiros causaram estranheza em 1968 e 1973 quando gênios como a tecladista Wendy (Walter) Carlos e o multiinstrumentista Mike Oldfield lançaram, respectivamente, “Switched-On Bach” e “Tubular Bells” tocando todos ou quase todos os instrumentos, fossem eletrônicos, elétricos ou acústicos. O costume nas sessões da época era todos os músicos serem gravados ao mesmo tempo. Essa foi uma conquista da gravação multipista e uma nova fronteira na produção musical, que deve ser vista sem preconceitos.

O estudo da música deve priorizar o aprendizado do instrumento favorito da pessoa, além de um instrumento harmônico como o teclado ou o violão, a teoria e a prática da percepção musical, harmonia popular e “tradicional”, arranjo e noções de contraponto. Reserve uma hora por dia, pelo menos, pelo resto da vida. Música leva muito tempo e cada vez temos mais o que aprender e praticar, mesmo quando não desejamos nos profissionalizar como instrumentistas ou cantores.

O estudo do áudio inclui conhecimentos sobre a física do som, captação, conversão do sinal analógico em digital, cabos e conectores, microfones, mesas de som, efeitos, equalizadores, compressores, redutores de ruídos, endereçamento dos sons, monitores, acústica, técnicas de gravação, edição, mixagem e masterização, MIDI, programação de sintetizadores e samplers, programas e plug-ins de gravação e configurações de computadores.

george martin e os beatles1 | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

George Martin e os Beatles

Sem esses conhecimentos, mesmo que básicos, o senso crítico acaba, o conhecimento e a experimentação são substituídos por procedimentos-padrão. Todo mundo gravando igual, com o mesmo equipamento, regulado do mesmo jeito. Quando a arte vira indústria, é grande a chance de ela deixar de ser arte.

Antonio Guerreiro de Faria é compositor, arranjador, produtor musical, pianista, mestre em música e professor de harmonia da UNIRIO, musicólogo com trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Ele afirma:  “O produtor musical é um produtor de música. Se o produtor vai produzir música, ele tem que saber música, porque senão ele não será um produtor musical.”

“Existem produtores que ficaram famosos”, continua. “Verificando o perfil de George Martin, a gente vai ver que é um músico erudito que estudou composição a sério e que, além disso, ele produziu o som dos Beatles. Na realidade, é um produtor musical porque também ele é um compositor e arranjador. Se a gente pegar o Sargent Peppers, que é um disco premiado, um dos ícones da década de 1960, que foi fundamental para mudar todo o panorama musical do mundo, vai ver que foi produzido até a medula por um cara chamado George Martin. Porque nem o John Lennon, nem o Paul McCartney, nem o Ringo Starr nem o George Harrison orquestravam coisíssima alguma. É um disco orquestral, que foi orquestrado pelo George Martin. Ou será que você pensa que o trompete e as trompas foram produzidos pelo John Lennon? Tá na cara que foi um cara que escreveu tudo aquilo. Esse cara se chamava George Martin. Então, havia o conceito de que o produtor musical também era um arranjador e compositor.”

“Um grande produtor musical aqui no Brasil, por exemplo, foi Cesar Guerra-Peixe (professor durante décadas do próprio Guerreiro e de Rildo Hora, o produtor de Zeca Pagodinho, entre outros nomes). Quando saiu do Recife e foi para São Paulo em 1953, uma das coisas que ele fez foi produzir discos para a (gravadora) RGE – Fermata. Era uma época em que os produtores musicais não eram somente técnicos de informática ou técnicos de som, eles eram, fundamentalmente, músicos. Por serem músicos, por terem conhecimento musical, eram capazes de fazer os arranjos dos seus produzidos, de conceituar o som dos seus produzidos. Isso faz uma grande diferença, o camarada que sabe música e faz o produto acontecer e conceitua esse produto.”

antonio guerreiro de faria | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.
Antonio Guerreiro de Faria

“Outro produtor muito conhecido e admirado chamava-se Thom Bell. Nem era americano, ele era jamaicano. Começou tocando piano erudito, conhecia o repertório inteiro, estudou composição, e foi morar na Filadélfia (Estados Unidos). Lá ele criou o “Philly Sound” ou o “Som da Filadélfia”, com todo aquele colorido harmônico de todos os arranjos característicos que marcaram até hoje a década de 70. Ele era fundamentalmente um músico, compositor, em parceria com a letrista Linda Creed (“Stop, Look, Listen”, “You Are Everything”, “You Make Me Feel Brand New” e muitos outros sucessos) e produziu o famoso grupo de soul The Stylistics. Depois, fez a disco music e os Bee Gees o contrataram como arranjador. Fizeram a trilha sonora de “Saturday Night Fevers” (“Os Embalos de Sábado à Noite”) e criaram uma nova febre que tomou o mundo.

Thom Bell, nascido na Jamaica em 1941, mudou-se ainda criança para a Filadélfia (Estados Unidos), onde transformou-se no principal arquiteto da Philadelphia soul, subgênero da soul music norte-americana nos anos setenta e uma das vertentes mais populares e influentes daquela época.Estudou piano clássico quando jovem e entrou no grupo hamônico The Romeos, em 1959. Aos 19 anos, trabalhava como compositor e arranjador do filho favorito da Filadélfia, Chubby Checker. Logo depois, Bell assinou com a Cameo Records como pianista de estúdio. Seu primeiro trabalho foi com o grupo de soul Delfonics. Na nova gravadora Philly Groove, em 1968, Bell tornou-se produtor. O trabalho de Bell com os Delfonics tornou-se imediatamente reconhecido por sua delicadeza e pela doçura de suas composições e arranjos.Em 1971, ele fundou seu próprio selo musical, a Philadelphia International Records (PRI), onde o estilo Philly Soul rapidamente tomou forma, e assumiu os Stylistics. Ele formou com Linda Creed uma das duplas de compositores mais importantes da história da música norte-americana, marcada por letras e arranjos imortalizados pelo falsetes do vocalista Russell Thompkins Jr.Bell ainda produziu artistas como Johnny Mathis e os grupos The Spinners e The O’Jays, outros ícones daquele período.

George Martin (The Beatles) na Inglaterra, Guerra-Peixe e Radamés Gnattali (30 anos na Rádio Nacional) no Brasil e Thom Bell (Stylistics) nos EUA são caras que fizeram os sons, que construíram novas estéticas. Eles eram produtores musicais, não eram só produtores técnicos. Isso faz toda a diferença.”

“Nos anos 80 estava-se fazendo muita coisa que foi resultado das décadas de 60 e 70, quando se introduziu mais novidade, musicalmente falando. Foram períodos áureos da música, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos ou na Inglaterra. De 90 pra cá se introduziu mais tecnologia. Porque aqueles produtores eram formados em composição, conheciam música de concerto, história da música, eram homens cultos, escreviam música e dominavam o métier, numa época em que a imagem não interferia na qualidade musical. Hoje em dia parece que a imagem tomou o lugar da música. Isso é muito, muito ruim. O produtor aponta com o dedo para o gráfico do áudio na tela e diz ‘ah, aqui ta desafinado!’. Ele não ouve mais. ‘Passou de tanto, vamos comprimir!’. É a receita de bolo. George Martin botou um quarteto de cordas tocando com os Beatles. Ele criou um som. Esse pra mim é o perfil de um produtor musical. Só as pessoas que estudam e que têm cultura musical e cultura geral podem se intitular com sucesso produtores musicais.”

Além disso, o produtor precisa sempre estar atualizado com os equipamentos, placas de som, novos programas e técnicas. Noções de marketing e de web marketing, um bom senso de administração e espírito empreendedor são determinantes para o sucesso dos projetos de um produtor musical. Outro campo importante são os conhecimentos da legislação sobre produção musical. Ajuda muito um certo conhecimento do idioma inglês, mesmo que só em leitura.

Onde aprender

Já existem vários cursos livres de áudio e produção musical no Brasil. Alguns deles são de boa qualidade. No entanto, bastante gente confunde cursos superiores de engenharia de áudio com ensino de produção musical. A engenharia de áudio é uma especialização da eletrônica para formar projetistas de equipamentos e especialistas em acústica de produtos.

É o professor Guerreiro quem conta: “A faculdade americana mais conceituada, a Berklee College of Music, tem dois cursos de produção musical ou Music Production and Engineering, o Degree e o Diploma. O primeiro equivale ao nível técnico e o segundo ao nível universitário daqui do Brasil. Vamos começar por baixo, pelo nível técnico, que equivale ao ensino médio ou segundo grau. O produtor musical estuda dois períodos de redação, história da música ocidental, história da arte, matemática para produção musical e engenharia, teoria do som (acústica) e uma matéria qualquer eletiva. Prevê também três períodos de arranjo, dois períodos de teoria, harmonia tradicional, contraponto tradicional, tudo isso no nível técnico do curso de produção musical. Desde quando no Brasil alguém pensa em fazer uma coisa como essa? Ele tem ainda nesse nível três períodos de treinamento auditivo, dois de solfejo, fora harmonia 1, 2, 3 e 4, regência 1 e 2. O produtor musical em nível técnico nos EUA estuda dois períodos de regência. Porque ele pode ter que reger uma orquestra enquanto produtor e arranjador.”

“O conceito americano, prossegue Guerreiro, é de que o produtor produz o som, um conceito muito mais profundo que permitiu àqueles caras fazer a música que eles fizeram. Depois, nos outros quatro períodos é que o aluno vai ter engenharia de som, engenharia de produção musical, gravação, mixagem e outras matérias de áudio e MIDI inerentes ao curso de produção musical. Mas ele passa os quatro primeiros períodos estudando intensivamente música. Depois, nos outros quatro períodos é que ele vai ter matérias ligadas ao estúdio. As matérias musicais tomam mais da metade do curso.”

Estudaram em Berklee, entre muitos outros músicos de renome, Quincy Jones (produtor de “Thriller”, de Michael Jackson, o álbum mais vendido de todos os tempos), Diana Krall, John Scofield, Abraham Laboriel, Mike Stern, Al DiMeola, Branford Marsalis, Steve Vai,  Sadao Watanabe, Ernie Watts, Donald Fagen, Joe Zawinul (Weather Report), Jan Hammer e John Petrucci e Mike Portnoy (Dream Theater).

“No curso universitário (Diploma), que equivale aqui ao curso universitário, com quatro anos de duração, o aluno estuda quatro semestres de treinamento auditivo, dois de solfejo, quatro de harmonia, arranjo e introdução à tecnologia musical, além de princípios de tecnologia do áudio, análise de produção, técnicas de mixagem, business, técnicas de gravação multipista, produção musical para vídeo e realiza projetos de produção. Ele já estudou contraponto antes e sabe o que é contraponto, sabe fazer um cânone, sabe o que é imitação, sabe fazer um fugatto. Eu quero saber qual é o curso de engenharia e produção musical no Brasil que tem isso.”

“A carreira foi estruturada assim. No Brasil, é comum nivelar por baixo. Quer dizer, ‘vamos adaptar à realidade brasileira’. Eu nunca me conformei com essa realidade, acho que a realidade tem que ser mudada. Ela não tem que ser carregada nas costas nem ser lamentada; ela tem que ser transformada. Isso se a gente quiser fazer um país decente.”

“Outra coisa que dificulta muito aqui no Brasil é a estrutura do ensino massivo das universidades que põem em sala 20, 25 alunos, na esperança de que alguém saiba alguma coisa. Na Alemanha, as turmas de harmonia e de percepção têm cinco alunos para cada professor. Isso é uma bofetada no nosso sistema em alto estilo, porque eles querem formar com qualidade, não querem quantidade. Aqui no Brasil o MEC exige uma quantidade de alunos para cada professor. Se tem cinco alunos em sala, está-se desperdiçando o professor ‘só’ para cinco alunos. Nossa realidade é a mais tacanha e a mais retrógrada imaginável. Não é assim que a gente vai construir um país.”

“O brasileiro precisa ser mais informado. Ao dizer isso numa revista com a articulação que a Backstage tem eu fico esperançoso, ao ser entrevistado numa matéria como essa, de poder modificar alguma coisa na estrutura da produção musical deste país. O produtor tem que saber usar os recursos digitais e de MIDI, mas tem que ser capaz de reconhecer quando uma corda do violão está desafinada.”

A Internet pode ser um ótimo campo para obtermos informações sobre áudio. Visitar os sites dos fabricantes e ler os manuais dos programas e dos equipamentos traz um bom volume de conhecimento. Existem diversos sites com vídeos educativos sobre o uso dos programas.

paul georges | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.

Paul McCartney, George Martin e George Harrison

Os problemas aparecem quando o estudante confunde opinião e informação com conhecimento. Algumas pessoas tendem a valorizar qualquer coisa publicada, mesmo que estejam escritas em fóruns de discussão e em blogs. Aí é que mora o perigo. Fóruns são para detectarmos tendências, não para estudarmos. Muitas vezes, alguém que não sabe muito bem o que está perguntando debate com outros que também não têm muita certeza do que estão respondendo.

Fontes confiáveis de conhecimento são sites de cursos e de instituições isentos, sem compromissos comerciais. É óbvio que cada fabricante e cada revendedor vai sempre mostrar as vantagens dos seus produtos, nunca os defeitos. Nessa hora, os fóruns de debates podem ser úteis para conhecermos o lado dos usuários. Como sempre, o conhecimento virá do confronto de opiniões contraditórias.

O que ouvir

O bom produtor escuta todo tipo de música. É fundamental para quem começa na carreira ir a shows de música popular e concertos de música erudita. Entrar numa sala de concertos e ouvir e ver uma orquestra sinfônica se apresentando sem microfones e nenhum aparato de áudio é muito importante. Conhecemos os verdadeiros timbres de muitos instrumentos, sua força expressiva em relação aos demais, suas funções dentro da música, as combinações entre eles e muito mais, além de colocarmos nosso cérebro musical em contato com as criações de alguns dos maiores gênios da história da humanidade, o que é bastante inspirador.

Antonio Guerreiro acrescenta: “Ouvir também música japonesa, árabe, indiana, ouvir as músicas do mundo, trance, trash, hard rock. É bom que o produtor musical esteja voltado para o processo de globalização, já que a tendência é a fusão de estilos, tendências musicais diversas, de diferentes culturas que estão se fundindo. Toda cultura é um processo de fusão. As culturas se intercambiam e se interdependem. Ninguém pode ser técnico ou produtor de um estilo só. Seria muito triste.”

Ao ver um show, alem de curtir a música, devemos prestar atenção no áudio. Se for possível, leve um papo com o operador de áudio. Saber o material que ele utiliza, como ele contorna problema de acústica e deficiências do equipamento, como mixa a banda ao vivo em cada tipo de ambiente vai ajudá-lo muito a formar suas convicções.

Escutar todo tipo de gravação, sejam CDs ou arquivos baixados na rede, deve ser uma prática diária. Prestar atenção no trabalho de cada instrumento e voz, na ambiência criada pelo produtor, no arranjo, na maneira como os instrumentos se combinam e na diversidade de estilos de produção é uma prática muito útil para nosso amadurecimento profissional.

Psicologia

O produtor deve entrar em sintonia com o cliente. É necessário saber questionar com paciência e respeito, ouvindo e demonstrando interesse. O cliente precisa perceber que aceitamos suas idéias e que valorizamos e entendemos seus sentimentos e necessidades. Existe a necessidade do cliente ver que o produtor não está distante e insensível, mas que admira sua música e quer fazer o melhor para valorizá-la ainda mais.

Os maiores problemas no trabalho do produtor acontecem quando o produtor se vê em uma posição superior à do cliente. A situação ideal é observada quando o produtor coloca a serviço do cliente todo o seu conhecimento, sua arte, sua atenção, sua disposição em ouvir, em compreender e ajudar, ao mesmo tempo em que considera o cliente como aquele que mais conhece a respeito de sua música, pois a experiência de criá-la é dele.

O pré-requisito é uma relação bem construída, a partir de um contato em que o produtor transmita simpatia, acolhimento, identificação, confiança, segurança e apoio. O cliente que se encontre envolvido por essas qualidades certamente acolherá de forma receptiva o que lhe for informado e proposto.

Como cobrar

A negociação de uma produção é um momento delicado e crítico. O produtor, mesmo o iniciante, deve ter a real noção do valor do seu trabalho e dos benefícios que trará ao cliente. Não adianta tentar se diferenciar no mercado pelo melhor equipamento. Logo aparece outro com equipamento ainda melhor. E aí, todo o investimento pode não ter retorno. Igualmente, destacar-se pelo menor preço costuma ser desastroso. Primeiro, porque você fica nivelado por baixo, identificado por cobrar “baratinho”, sem chances de aumentar seus ganhos no futuro; segundo, porque um garoto com um “paitrocinador” pode trabalhar até de graça, só para praticar, e levar sua clientela.

Cobrar menos do que o valor do seu trabalho vai levar você ao desinteresse; cobrar muito pode levar o cliente a desistir. Encontre o preço adequado, equilibrando o seu investimento pessoal e material com as possibilidades do seu mercado. Mesmo que alguns clientes não disponham do capital para investir agora, eles o procurarão no futuro. Seja flexível, cobrando valores diferenciados ou dando descontos para clientes com diferentes condições.

Para encontrar seu preço, leve em conta os custos da produção (seu tempo, suas despesas com luz, a depreciação do material, outros profissionais contratados) e o potencial de lucro para o cliente. Ao produzir jingles publicitários e trilhas sonoras, considere a área geográfica, o prazo de exibição, a audiência das emissoras que vão exibir o trabalho e o potencial de lucro do cliente. Não podemos esquecer a concorrência. É claro que o preço não pode ser muito distante da média do nosso mercado. Portanto, diferenciar-se artisticamente é fundamental. Estilo costuma ser uma das principais questões que levam os clientes a escolherem o produtor musical.

O produtor, cantor, compositor e professor de produção executiva de CDs do Home Studio Leandro Fregonesi completa: “o produtor deve cobrar o seu serviço com base na duração do projeto, na quantidade de trabalho, nos valores de mercado no qual o projeto será realizado, na quantidade de responsabilidade que será depositada sobre o produtor, no tamanho e importância do contratante e em eventuais autorizações prévias de uso de obras, fonogramas ou imagem.”

lfregonesi2 | Nunca foi tão fácil dominar os “segredos” da produção musical e de áudio. Porque, na verdade, não são segredos, e sim técnicas aprendidas com a experimentação prática e depois sedimentadas com a experiência, além de muito estudo. Em outras palavras, é mais uma questão de ‘vontade’ do que de ‘capacidade’. Até porque talento pode ser desenvolvido com estudo e prática.
Leandro Fregonesi

Os prazos de entrega devem ser cumpridos para não prejudicar, desinteressar ou irritar o cliente. Para combinar prazos viáveis, faça um planejamento minucioso de todas as etapas do processo. Na negociação podem ser oferecidos serviços extras incluídos no preço: confecção das partituras, da arte da capa do álbum, outros músicos incluídos no custo, preparação vocal, produção executiva, encaminhamento para distribuidoras e fábricas de CDs e apresentação de provas durante a produção para o cliente aprovar.

Não descuide dos contratos, garantindo os créditos na ficha técnica e os devidos direitos autorais e conexos, seus e dos profissionais envolvidos. Mesmo em produções pequenas com combinação verbal, tudo tem que estar muito bem esclarecido e combinado. Com estes cuidados, os clientes aparecem, voltam e se multiplicam.

  • Artigo gentilmente cedido por SERGIO IZECKSOHN
  • Para ler este e outros artigos na fonte original acesse: http://homestudio.com.br/blog/

Música e computadores, revoluções por minuto

By Marketing

Nossos estúdios se tornaram totalmente dependentes dos computadores. Pode-se dizer que, agora, o computador é o estúdio. Mas o uso dessas máquinas para a produção de música vem de muito tempo. As etapas desta revolução vieram se sucedendo num ritmo vertiginoso, especialmente nos últimos trinta anos.

Música e computador não quer dizer, necessariamente, música eletrônica. O computador é o estúdio de gravação, é o instrumento musical de todo tipo de música. É a partitura e o caderno de música. É a sala de música de cada um de nossos ouvintes e também é a nossa própria emissora de rádio e TV. A internet aposentou as nossas coleções de CDs.

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 A música e o computador estão associados na gravação e na edição do áudio, na criação e na produção de música, com o sequenciador MIDI, e nos instrumentos musicais virtuais e eletrônicos de modo geral. Música e PCs se encontram ainda nas mesas digitais, na automação de instrumentos musicais e equipamentos de áudio e, claro, na música eletrônica, alguns gêneros musicais que dependem da criação ou realização artística através do computador.

Atari ST com MIDI onboard
Atari ST com MIDI onboard

Desde o século XIX, quando se começou a pensar numa máquina de analisar, já se vinha tentando fazer barulho com ela. Na verdade, instrumentos musicais automáticos (mecânicos), como o órgão hidráulico que usava água para regular a pressão do ar, datam de antes de Cristo. Depois, vieram as caixinhas de música, o realejo e as pianolas automáticas com piano-roll, que era um rolo de papel perfurado parecido com as telas dos sequenciadores MIDI de hoje, só que movidas a corda. A ideia de pôr as máquinas para tocar sozinhas é quase tão antiga quanto a própria música.

Através de todo o século XX, durante o desenvolvimento dos computadores, houve muitas iniciativas para se produzir música através dessas estranhas (naquela época, estranhíssimas) máquinas. Em 1958, Max Mathews, da Bell Labs, desenvolveu o MUSIC4, primeiro programa comercial de síntese de sons. Daí para a frente, foram aparecendo programas para sequenciar melodias e escrever partituras.

A ideia de pôr as máquinas para tocar sozinhas é quase tão antiga quanto a própria música.

Os sintetizadores foram evoluindo lado a lado com os computadores. Uns e outros eram monstrengos enormes montados por nerds pioneiros. Nos anos 60, surge o Moog, primeiro sintetizador realmente comercial, do tamanho de um pequeno guarda-roupa de duas portas. Na década de 1970, brilha o sintetizador portátil Minimoog e, no final, os sintetizadores polifônicos e as baterias eletrônicas.

MIDI, um divisor de águas. Esta súbita fama dos teclados eletrônicos e o advento dos microcomputadores pessoais, como o Apple II, em 1978, levaram ao grande salto nesta história. Com a tecnologia digital alcançando os sintetizadores, surge em 1983 a Musical Instrument Digital Interface, ou simplesmente MIDI.

Piano-roll
Piano-roll

A partir daí, todos os sintetizadores, samplers, baterias e outros instrumentos eletrônicos de todas as marcas passaram a se comunicar, entre si e com os computadores, integrando um eficiente sistema de produção, que podia ser comercial ou caseiro.

Nos anos 1980, computadores como o Apple II e o Commodore 64 já usavam placas MIDI e programas sequenciadores. O áudio era todo gravado em fitas analógicas, mas os instrumentos MIDI entravam na mixagem tocados ao vivo pelo sequenciador.

Com o sequenciador MIDI e o sampler, com suas novas técnicas de loops e amostragem digital dos sons, desenvolveu-se a música techno e suas ramificações, mais europeias e asiáticas, e a nova música negra norte-americana, como o rap, o hip-hop e o próprio rhythm and blues, que se renovou ali.

A música de cinema e a criação de trilhas sonoras para TV e publicidade se aproveitaram da sincronização entre som e imagem, também muito facilitada pelos programas que usam MIDI. Programar as baterias e outros instrumentos sequenciando samplers se tornou uma prática natural no trabalho dos arranjadores de todos os gêneros.

Editar as partituras no computador foi outra prática que surgiu nos anos 80, um ponto final na tradicional profissão de copista, substituído depois pelas impressoras a jato de tinta. Nessa época, aparece o “CD-ROM” com os recursos de multimídia.

Com o MIDI e o sampler, desenvolvem-se o techno, o rap, o hip-hop e o próprio rhythm and blues, que se renovou ali.

No meio da década de 1980 chegam novos computadores, como Apple Macintosh, Atari ST e Commodore Amiga, que já usam janelas e mouse, viabilizando programas que já continham toda a essência dos recursos que usamos hoje. Nascem as primeiras versões do Cubase, do Finale, do Logic e do Pro Tools. Logo adiante, os IBM-PC e seus clones receberiam as primeiras versões do Cakewalk, ainda rodando em MS-DOS, sem janelas.

Enfim, o áudio. Esses programas eram editores de partituras ou sequenciadores MIDI para a produção de arranjos com teclados e racks eletrônicos. A gravação de áudio multipista (com vários canais simultâneos) em disco rígido através dos programas de computador só começou a ser levada a sério pelo mercado na virada para os anos 1990.

Os pioneiros foram o computador Macintosh e o programa Pro Tools, depois seguido por Logic e Cubase. No início, o sistema funcionava com pouquíssimos recursos e canais de áudio. O primeiro álbum gravado em computador só foi lançado em 1997. A produção de gravadores de fita analógica de rolo se encerrou em 1999.

Músicas sequenciadas em piano-roll
Músicas sequenciadas em piano-roll

Nos PCs, a gravação de áudio se popularizou a partir do Windows 95, com a migração do Cubase, do Logic e do Pro Tools e a transmutação do sequenciador MIDI Cakewalk Professional for Windows no gravador de som multipista Cakewalk Pro Audio, hoje chamado Sonar.

Nesta fase, os programas permitiam gravar várias pistas de áudio, mas os discos rígidos e os processadores não tinham velocidade suficiente para trabalhar com muitas pistas e plug-ins ao mesmo tempo. Era comum a mixagem dessas pistas ser feita fora do computador, na mesa de som, com os efeitos e os instrumentos MIDI em racks. O sinal entrava e saía por muitos canais através de interfaces de áudio.

Plug-ins para processar o áudio. No final da década de 1990, os plug-ins de efeitos sonoros encontraram computadores com velocidade suficiente para rodar uma boa quantidade deles ao mesmo tempo. Foi a senha para a popularização das mixagens virtuais. Dezenas de canais de áudio podem ser mixados com ótimos efeitos, compressores, equalizadores paramétricos, auto-afinação de vozes, redutores de ruídos, modeladores de imagem estéreo ou surround.

Internet. Outro surto, e de todos o mais literalmente revolucionário, que ocorreu no período foi o advento do áudio “líquido”, representado pelos arquivos de áudio comprimidos, como o MP3, o WMA e o OGG. A prática de baixar arquivos musicais da internet passou a ser uma das atividades mais comuns (e polêmicas) da rede. A consequência de tanta avidez por música, aliada à inabilidade da indústria em lidar com mudanças tão profundas, fez gerar uma nova e poderosa ferramenta tecnológica: o P2P (peer to peer), ou o ato de trocar arquivos na internet.

Sem conseguir vencê-lo na justiça, a indústria comprou o Napster e o destruiu. Mas as pessoas aprenderam a trocar músicas.

Um minuto do arquivo WAV em “qualidade CD” ocupa cerca de 10MB. Naquele tempo, banda larga era uma novidade ou uma promessa. O MP3, muito menor, tornou a internet musical de um instante para o outro. E foi proibido!

Essa troca de arquivos musicais virou prática diária de muita gente, hábito demonizado por uma campanha de mídia nunca vista, promovida pela indústria fonográfica, que dava sinais de exaustão. De repente, todo mundo virou “pirata”.

Moog
Moog

No vácuo deixado pela indústria fonográfica, surge o Napster, criado por um rapaz de 19 anos, e o mundo aprende a trocar músicas. Às gravadoras, só restou chamar a polícia.

Em 2000, enquanto as novas empresas eletrônicas da bolsa Nasdaq foram falindo em série como dominó no famoso estouro da “bolha” da internet, o Napster, respeitando a cultura de gratuidade da comunidade internauta, cresceu até aterrorizar a grande indústria fonográfica. Estraçalhado por ações judiciais de gravadoras e artistas como Madonna e a banda Metallica, foi vendido para a Roxio e praticamente destruído ao virar um serviço pago.

Depois, milhões e milhões de usuários se espalharam por centenas de ferramentas sucessoras, como o Audiogalaxy, o Kazaa, o Emule ou o RapidShare. Todo mundo passou a baixar música. E as gravadoras, ainda tentando inibir a prática em vez de torná-la lucrativa, nunca mais se encontraram com o mercado. Não ia dar mesmo para prender todas as pessoas.

Fig8Só muito depois, a Apple conseguiu passar a vender música online para um nicho do mercado através da loja iTunes. Isto foi à custa de muita negociação com artistas e empresas e aproveitando o formidável bloqueio norte-americano aos sites de compartilhamento, além de um enorme esforço de marketing. Mas, para a maioria, o hábito de pagar pela música online já não fazia mais sentido. O timing fora perdido, talvez para sempre.

Hoje, ouvimos a música diretamente da internet, sem necessidade de armazenar arquivos em nossas máquinas. Cantarole uma melodia em seu celular e, em instantes, ele estará tocando o MP3 com a versão original da canção, diretamente de algum lugar da rede. Vários aplicativos fazem isso.

Instrumentos virtuais. Com o novo milênio, as expressões artísticas eletrônicas, especialmente os loops percussivos e os timbres sampleados, contagiaram quase todos os gêneros de música.

Podemos produzir com um tablet, mas um desktop é muito mais poderoso.

A primeira década do novo século vê uma explosão de estilos, DJs e produtores de música eletrônica realizando eventos com milhares de pessoas.

Fig7_Outubro de 2000

Agora, samplers, sintetizadores e baterias também tinham se tornado programas de computador. Em pouco tempo, os racks e teclados foram sumindo dos estúdios que, no entanto, passaram a contar com muito mais instrumentos, sonoridades e recursos.

As bibliotecas de sons para samplers se tornaram muito populares. Surgem novas técnicas de edição de áudio, como o áudio elástico e os corretores de afinação Auto Tune e Melodyne. E os computadores se tornaram portáteis, com suas placas de áudio e MIDI com conectores FireWire ou USB para os notebooks.

Atari ST com MIDI onboard
Atari ST com MIDI onboard

Uma penca de penduricalhos como os HDs externos, a interface de som, um controlador, um microfone, um par de monitores e outro de fones, mais alguns cabos, as fontes de energia, o mouse e uma chave USB (iLock) para ativar o programa (Pro Tools, Cubase e outros), pode se chamar um sistema portátil?

Os tablets como o iPad são a sensação do momento, como os smartphones. É claro que podemos produzir com eles, como, aliás, também já se produziu muito em fita cassete. Os computadores de mesa continuam a ser mais baratos, poderosos e rápidos, mantendo toda a sua versatilidade. Só não são decorativos ou portáteis.

Hoje. A nova década encontra o ambiente mais estável. Em 2012, os programas estão mais amadurecidos e os computadores, mais duráveis. Com as CPUs de múltiplos núcleos, como o Core i7 e o Core i5 da Intel, o processamento de efeitos e instrumentos se tornou mais seguro e eficiente no Mac e no Windows. A tendência de sistemas abertos, com peças e software de diversos fabricantes, veio para ficar.

Instrumentos virtuais
Instrumentos virtuais

A sonoridade da maioria das gravações melhorou muito. As músicas, nem tanto. As pessoas estão mais informadas. Infelizmente, ainda não é tudo. A fronteira atual é a da educação, do conhecimento. Teremos uma nova revolução no campo do ensino à distância? Ou isso vai robotizar ainda mais as mentes das pessoas? A história anda para a frente. E compartilhar informação já tem sido um grande passo.

Com tantos recursos para a produção musical à disposição de todos e tanta informação artística e técnica circulando como nunca, os criadores ainda estão devendo ao público uma nova música com mais densidade.

  • Artigo gentilmente cedido por SERGIO IZECKSOHN
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seaboard grand | Um novo e interativo instrumento chamado Seaboard GRAND está chegando ao mercado com um visual semelhante a um teclado convencional, mas com teclas macias, sensíveis à pressão, flexíveis e capazes de acompanhar cada gesto do músico, que pode manipular os sons usando efeitos e controlando a afinação ou o pitch, o volume e o timbre enquanto estiver tocando.

Seaboard, o teclado orgânico

By Marketing

Um novo e interativo instrumento chamado Seaboard GRAND está chegando ao mercado com um visual semelhante a um teclado convencional, mas com teclas macias, sensíveis à pressão, flexíveis e capazes de acompanhar cada gesto do músico, que pode manipular os sons usando efeitos e controlando a afinação ou o pitch, o volume e o timbre enquanto estiver tocando.

Aparentemente, é o teclado que, até agora, mais se aproxima da resposta tátil intuitiva de um instrumento acústico. As possibilidades de expressão sonora são inúmeras. Segundo a Roli, jovem empresa londrina, na ponta dos dedos você já tem todo o controle do tom, volume e timbre.

Veja o vídeo:

O Seaboard é uma espécie de piano eletrônico feito de borracha, mas com um sensor de pressão por baixo de cada tecla. Ele tem teclas de borracha continuas que permitem criar mais efeitos e produzir outras melodias. Parecido com um teclado normal, tem teclas macias, flexíveis, bastante sensíveis à pressão e capazes de acompanhar cada gesto seu.

Seaboard5

A nova maneira de interação do Seaboard permite novas experiências de criação melódica e transmite ainda melhor a expressão e o sentimento do músico. Por exemplo, o Seaboard interpreta a pressão aplicada nas diferentes teclas como a distorção que o tecladista quer causar.

Os criadores deste instrumento dizem que qualquer tecladista é capaz de tocar as mesmas músicas no Seaboard, mas que quando este começa a perceber a nova dinâmica e as novas ferramentas que tem à disposição, facilmente começa a raciocinar novas ideias e mais possibilidades para criar música.

seaboard2

A interface SEA é a tecnologia da plataforma de sensores da Roli. SEA significa sensorial, elástica e adaptativa. Interfaces SEA, segundo a Roli, são altamente precisas, ricas em informações, e sensíveis à pressão, e podem ser construídas em qualquer formato. Eles permitem transições ininterruptas e capturar gestos tridimensionais enquanto simultaneamente proporcionam ao usuário uma resposta tátil.

O Seaboard pode ser encomendado na página da Roli.

Seaboard1

 

  • Artigo gentilmente cedido por SERGIO IZECKSOHN
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