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DSCF0774 | Gravar vozes e instrumentos acústicos ou elétricos é uma das tarefas mais críticas de um estúdio. E, se não há regras, qual é a melhor maneira de se captar cada som? Como ponto de partida, vale a pena conhecermos os procedimentos mais comuns de captação e os microfones mais usados pelos estúdios mundo afora.

Microfones e captação do som nos estúdios

By Marketing

Gravar vozes e instrumentos acústicos ou elétricos é uma das tarefas mais críticas de um estúdio. E, se não há regras, qual é a melhor maneira de se captar cada som? Como ponto de partida, vale a pena conhecermos os procedimentos mais comuns de captação e os microfones mais usados pelos estúdios mundo afora.

Comecemos pela escolha do local mais adequado dentro da sala de gravação, aquele onde os sons têm maior naturalidade. Do mesmo modo, devemos sempre experimentar o posicionamento correto do microfone diante da fonte sonora. Essas duas precauções são mais valiosas até do que a própria escolha do microfone.

É fácil a gente concordar com isto, imaginando o seguinte: o que vai captar melhor a minha voz, um microfone barato comprado na rua, posicionado a 5 centímetros de distância da minha boca, ou um microfone sofisticado para estúdio, só que a 10 metros de mim? É claro que a posição do microfone faz muita diferença, então! Não adianta investir sem saber posicionar os microfones.

Pré-amplificadores. Os microfones trabalham em níveis de volume mais baixos do que os instrumentos eletrônicos, como teclados, baterias ou aparelhos como as mesas e as placas de som. Para operarem em níveis compatíveis com os dos demais equipamentos, os microfones precisam ser pré-amplificados, isto é, amplificados antes de entrarem no sistema de som.

Podemos utilizar pré-amplificadores avulsos para os microfones e enviar o som dali para a placa de som. Existe uma grande quantidade de bons modelos no mercado. Por outro lado, podemos utilizar os preamps de uma placa de som, o que costuma sair bem mais em conta. Ou usar uma mesa.

Conexões. Os microfones podem ser ligados diretamente à mesa, caso não disponhamos de um pré-amplificador específico para eles. A mesa deve ter entradas balanceadas no formato Cannon XLR de três pinos para uma melhor qualidade do som.

O microfone usa uma saída balanceada, que contém um terceiro fio que neutraliza ruídos e interferências eletromagnéticas no seu sinal, além dos tradicionais fios neutro efase. A saída balanceada do microfone é conectada à mesa através de um cabo com plugues XLR (ou Cannon).

Captação de guitarra

Captação de guitarra

            Tipos.Os microfones para gravação, quanto ao seu modo de funcionamento, se dividem em dois grupos principais: dinâmicos e a condensador.

Microfones dinâmicos, os também chamados microfones duros, baseados numa bobina móvel acoplada à membrana, têm em geral uma resposta um tanto “dura”, só captando bem a fonte sonora próxima à membrana. Esses modelos são os mais recomendados para captar sons de maior intensidade ou pressão, como percussão, metais (sopros) e alto-falantes de guitarra. Com sua resposta fraca para sons mais distantes, são muito úteis para os pequenos estúdios sem tratamento acústico, assim como para o uso no palco, já que são resistentes a ruídos de manuseio.

Microfones a condensador. Bem mais sensíveis que os dinâmicos, são mais usados em estúdios de gravação e de TV, otimizando a qualidade sonora. Ideais para captar vozes e instrumentos com sons de média ou pouca intensidade, desde que num ambiente acústico tratado. Também chamados de microfones a eletreto ou capacitivos, esses modelos precisam de energia elétrica para alimentar o condensador.

Phantom power. Geralmente, a mesa de som ou o pré-amplificador tem uma chave dephantom power, que envia uma corrente elétrica com a tensão de 48 Volts para o condensador através do próprio cabo de áudio do microfone. Os outros tipos de microfones, como os dinâmicos, ignoram esta energia “fantasma” (ou seja, invisível, sem um cabo próprio).

Microfonia ou feedback é a realimentação ou o retorno do som captado pelo microfone a ele próprio após o som ser amplificado e reproduzido pelo alto-falante. O microfone não pode estar na mesma sala que um alto-falante ligado reproduzindo o seu som, pois será inevitável a microfonia. Durante a gravação, capte os sons em outra sala, isolada acusticamente, ou use fones de ouvido em vez dos alto-falantes.

Cardioide

Cardioide

Áreas de captação. Microfones podem captar o áudio vindo de várias direções com diferentes curvas de atuação, popularmente chamadas unidirecionais e multidirecionais. Fora dessa área, a captação se reduz a níveis muito baixos. Dependendo dos modelos, podem atuar de uma única maneira ou de várias, escolhidas num seletor. É importante observarmos e compreendermos osdiagramas polares dos manuais para conhecermos a sua área de captação. Os ícones de cada diagrama costumam vir desenhados no próprio microfone.

Unidirecionais. Os microfones unidirecionais são chamados assim por captarem melhor os sons que vêm da sua frente. De acordo com a abrangência de sua atuação (captando os sons em áreas mais estreitas ou mais largas), eles podem se classificar como cardioides, supercardioides e hipercardioides.

Os microfones cardioides captam melhor os sons emitidos dentro de uma área em forma de coração, diante da cápsula e a moderada distância. Quanto mais a fonte sonora se posicionar à frente da cápsula do microfone, maior será o ganho. Quanto mais ela se afastar da frente da cápsula, girando em torno do microfone, menor o nível do som captado. Por trás do microfone a captação é anulada.

Supercardioide

Supercardioide

Os supercardioides e os hipercardioidestêm essa área de captação frontal ainda mais estreita. Embora também captem os sons mais próximos (ou mais fortes) que vêm de trás, eles não são capazes de captar os sons que vêm de trás em diagonal.

Se, por um lado, esses microfones são insuficientes para captar o som de uma área mais larga, como um coro, por outro lado, reduzem os vazamentos de ruídos externos na gravação, sendo ainda mais úteis em gravações de várias fontes sonoras com vários microfones e nos estúdios sem isolamento acústico.

Onidirecionais. Mais conhecidos como microfones omnidirecionais, os também chamados multidirecionais captam o som que vem de todas as direções. São ideais para gravação de seções de orquestras e coros, além de permitir boa captação em um ambiente sem vazamentos.

Figura-de-8. Captação de duas regiões esféricas, uma à frente e a outra atrás do microfone, isolando os sons laterais. Boa para gravar duas fontes sonoras posicionadas uma diante da outra. Também chamado de bidirecional.

Hipercardioide

Hipercardioide

Multidirecionais. Microfones que permitem selecionar entre os diversos diagramas polares através de uma chave seletora. No entanto, o termo também se refere aos microfones onidirecionais e figura-de-8.

            PZM. Pressure Zone Microphone,boundary mike ou microfone de ambiente é um tipo de microfone com o formato achatado, geralmente pendurado em uma parede lateral da sala de gravação. Seu elemento é afixado suspenso sobre um dos lados de uma folha de material reflexivo ao som. Por isso mesmo seu padrão de captura é o mais aberto possível, assemelhando-se a uma semi-esfera, registrando sons provenientes de todas as direções em relação à sua superfície superior.

Colecionando microfones. Existe uma infinidade de modelos de microfones para estúdios de gravação e muitas excelentes fábricas. Os modelos aqui citados são os mais freqüentemente encontrados em grandes, médios e pequenos estúdios, devido à sua qualidade, versatilidade, seu custo/benefício ou outros fatores.

Se o seu home studio ainda é básico, sem tratamento acústico, este não é o momento apropriado para adquirir uma coleção de microfones para todas as finalidades. Neste caso, o uso de um ou dois microfones dinâmicos, desses que se usam nos palcos, pode ser uma solução natural.

Onidirecional

Onidirecional

Dinâmicos e, portanto, pouco sensíveis a sons mais distantes, além de unidirecionais (cardioides), esses modelos compensam bastante a ausência do isolamento e do tratamento acústico.  Econômicos com relação à qualidade, permitem a poupança para os próximos investimentos.

O estúdio de médio porte pode adotar, para uso geral, um bom modelo a condensador que sirva para captar vozes e instrumentos como o violão, além de um dinâmico para os sons mais agressivos.

Para o pequeno estúdio com isolamento e algum tratamento acústico, surgiram nos últimos anos muitos modelos de microfones a condensador de baixo custo.

Para home studios maiores, a aquisição dos microfones segue a sua própria vocação. Gravar bateria, por exemplo, demanda a compra de um kit de microfones específicos para os tambores e pratos, além da necessidade de uma sala especial para a sua captação. Também por isso a maioria dos home studios opta pelo uso das baterias virtuais e dos loops.

Qualquer que seja a sua escolha, lembre-se que o mais importante é sempre o posicionamento do microfone e da fonte sonora durante a captação.

Figura-de-8

Figura-de-8

Vejamos, então, aqui, algumas técnicas e os microfones mais usados para a captação de vozes e dos instrumentos mais comuns:

Voz. Os microfones a condensador são os mais apropriados. Os mais usados nos estúdios comerciais são o Neumann U87 e o AKG C 414. Vários modelos da Behringer, da CAD e da MXL, entre outras fábricas, são alternativas usuais para um home studio de porte médio. O microfone deve ficar sempre no pedestal, com suspensão própria e uma tela para filtrar o som da voz e barrar a emissão mais forte do ar, que causa o indesejável “puf” ou “pop” na gravação.

A distância do microfone a condensador varia de acordo com a potência vocal do cantor, geralmente entre uns cinco e uns trinta centímetros, na altura dos olhos ou um pouco abaixo. Usando um microfone dinâmico (no pequeno estúdio), devemos posicioná-lo a 45 graus da boca do cantor e a distância será de um a cinco centímetros.

Após “passarmos o som” não devem ser feitos outros ajustes de volume durante a gravação. Toda a dinâmica fica por conta do cantor e de seu posicionamento diante do microfone. Os demais ajustes só serão realizados na mixagem. Caso ocorra um pico excessivo ou clip no sinal de áudio durante a gravação, devemos interrompê-la. Observamos onde ocorreu o pico (no preamp, no canal da mesa, na placa de som ou no retorno), corrigimos o nível e reiniciamos a gravação.

Violão. Temos aqui várias opções de captação. Em um ambiente acústico ideal, o violão com cordas de nylon será captado por um ou dois microfones a condensador, como os citados aqui para voz, a uns trinta centímetros do tampo frontal do instrumento e a uns sessenta centímetros um do outro (se usarmos dois). Evitamos posicionar o microfone próximo à boca do violão, de onde o ar sai com muita pressão.

Microfone  lapiseira

Microfone lapiseira

Na maioria dos home studios, uma boa opção é começar experimentando posicionar um microfone a condensador, ou mesmo um dinâmico, a poucos centímetros da parte inferior do tampo do violão, geralmente na parte de trás. Use um fone de ouvido para escolher as melhores posições do violão e do microfone.

O violão com cordas de aço ou folk, atuando em conjunto com outros instrumentos de harmonia, pode ser captado por um microfone que realce as altas freqüências (agudos), desses de prato de bateria, com o formato de lapiseira.

Guitarra. A captação da guitarra costuma ser feita através de microfones dinâmicos, captando o alto-falante do amplificador a uns dez ou quinze centímetros. O microfone aponta perpendicularmente para o centro do raio do cone do alto-falante. O amplificador deve estar em outra sala, isolado da técnica. Usa-se também a gravação em linha através de um pré-amplificador ou um simulador de amplificadores.

Baixo. Pode ser conectado diretamente à placa de som, ou à mesa, ou via amplificador, ou microfonado ou de várias formas combinadas. Microfonado, segue os padrões da guitarra, usando um microfone dinâmico. Em linha, o som é mais nítido. As cordas têm que estar novas, o instrumento regulado e, se usar captação ativa, bateria nova.

Bateria. Usam-se vários microfones diferentes, em geral dinâmicos para as peles e a condensador para os pratos. Para o bumbo, o mais comum é o AKG D 112, dentro do bumbo.  Sobre a caixa, usa-se muito o Shure SM57, voltado para a pele superior, a uns 5cm da borda. Muitos técnicos de captação usam nos tom-tons o Sennheiser MD 421 e no surdo, o Electro-Voice RE 20, posicionados como na caixa. Usa-se mais para o contratempo o Shure SM94. Os pratos podem ser captados por cima, por dois microfones “overall” do tipo lapiseira, como o Shure SM81.

Nunca é demais experimentarmos outras opções de captação, já que o que realmente importa é o resultado. A boa execução vocal ou instrumental é o fator mais importante para uma gravação de qualidade. Não deixe para recuperar a qualidade na mixagem. As melhores soluções são encontradas na hora de gravar.

Nos estúdios de gravação existem microfones específicos para a captação de cada tipo de voz ou instrumento musical, como também há modelos mais versáteis para uso geral. Informe-se, não deixe de testá-los e compará-los com os concorrentes em condições acústicas normais e iguais antes de comprar. E compre o que o seu ouvido mandar.

  • Artigo gentilmente cedido por SERGIO IZECKSOHN
  • Para ler este e outros artigos na fonte original acesse: http://homestudio.com.br/blog/
2 Vivace Studios Live Room lr | A política de boa vizinhança pode ser seriamente ameaçada depois que montamos nossos estúdios. Primeiro por um motivo óbvio, o barulho que começamos a fazer. O que nem sempre imaginamos é quanto os vizinhos podem nos incomodar. Alguns barulhinhos que já faziam parte da paisagem podem se tornar insuportáveis durante uma gravação. Em muitos casos, alguns truques podem minimizar o problema. Em outros, só com uma obra mais séria. De um modo ou de outro, precisamos conhecer os princípios e as técnicas mais usuais da acústica de estúdios.

TRATAMENTO ACÚSTICO por Sérgio Izecksohn

By Marketing

A política de boa vizinhança pode ser seriamente ameaçada depois que montamos nossos estúdios. Primeiro por um motivo óbvio, o barulho que começamos a fazer. O que nem sempre imaginamos é quanto os vizinhos podem nos incomodar. Alguns barulhinhos que já faziam parte da paisagem podem se tornar insuportáveis durante uma gravação. Em muitos casos, alguns truques podem minimizar o problema. Em outros, só com uma obra mais séria. De um modo ou de outro, precisamos conhecer os princípios e as técnicas mais usuais da acústica de estúdios.

A grande maioria dos home studios opera em um ou dois cômodos da casa ou apartamento sem tratamento algum. Para muitos deles, isto não chega a trazer inconvenientes. É o caso, por exemplo, de estúdios que produzem música instrumental eletronicamente, como os estúdios MIDI que produzem trilhas sonoras. Sem vazamentos no som, basta mixar em baixo volume, para que as reflexões do ambiente não confundam o produtor.

Com microfones duros, pouco sensíveis, como os dinâmicos, podemos gravar com qualidade razoável em ambientes menos barulhentos. Contudo, para captarmos vozes e instrumentos com os microfones adequados, assim como para trabalhar com volumes mais altos, algum tratamento é necessário.

Se você pretende realizar uma obra em seu estúdio, é fundamental contratar um especialista em acústica de estúdios. Engenheiros e arquitetos em geral são excelentes para construções e reformas de nossas casas, mas experiência em acústica é uma outra história. Uma obra ineficaz só se resolve botando abaixo e começando tudo de novo. É um investimento muito alto para se arriscar.

Conhecendo as principais técnicas, podemos improvisar soluções criativas que reduzem alguns problemas do ambiente. Primeiro, precisamos desfazer alguns mitos e compreender que temos duas questões distintas no tratamento acústico: isolamento e revestimento.

  1.  Aqui, queremos evitar incomodar os vizinhos e evitar que os vizinhos nos incomodem. Quem puder, opta pelo quarto mais silencioso da casa. Ou por uma casa isolada do mundo. Não nos iludamos: espuma, isopor, caixa de ovo, lã de vidro, carpete ou cortiça não são exatamente isolantes acústicos. Uns ou outros podem ser úteis no revestimento, que veremos a seguir, mas o que isola mesmo um ambiente é a massa do material usado em torno dele. Pedra, alvenaria, madeira, sim, são bons isolantes, quando usados com a espessura necessária.

A pressão sonora de nossos estúdios não é a mesma de um estúdio tradicional que gravava big bands nos anos 40, com a orquestra atacando junto com o cantor, o coro, mais piano, guitarra, baixo e – ahá! – a bateria. Para um estúdio desses, só paredes com quase um metro de espessura. Uma parede fina, com toda essa pressão, se comporta como uma membrana, vibrando e fazendo vibrar o ar do lado de fora.

A idéia do estúdio flutuante (box in a box, ou uma caixa dentro da outra) se tornou a tendência predominante nos grandes estúdios: em vez de uma parede muito grossa, duas paredes com uma camada de ar entre elas. Quando a parede interna vibra com o som, o ar que está entre as paredes é elástico demais para transmitir as vibrações à segunda. A partir deste conceito, constroem-se um piso suspenso sobre um molejo, paredes duplas apoiadas sobre o piso suspenso e teto rebaixado apoiado nas paredes internas. De fato, uma caixa dentro da outra. O estúdio flutuante só tem contato com a sala onde foi construído pelos molejos ou pelo ar.

Fantástico, porém fora de cogitação para a grande maioria. O espaço de um quarto é muito pequeno para ser reduzido assim. Só que esta técnica pode ser adaptada, por exemplo, se construímos paredes de madeira. Podemos alternar camadas de madeira, ar e lã de vidro, que contribui na absorção do som. Engrossamos a parede sem reduzirmos muito a área do estúdio.

Um item fundamental é não deixar frestas. Onde passar o ar, passará o som. Preencha as frestas inevitáveis com silicone. Cuidado com os visores entre as salas, que podem causar vazamentos de som. Use vidros grossos e duplos, formando um ângulo de um para o outro e com ar entre eles.

Revestimento. Uma vez isolado o estúdio, queremos evitar reflexões excessivas. Se a sala reverbera muito, como vamos dosar a intensidade dos reverberadores numa mixagem? Por outro lado, não podemos abafar a sala ao ponto de não reconhecermos nossa própria voz. O som deve ser natural, ao mesmo tempo suficientemente vivo e sem excesso de reflexões.

Alternamos materiais absorventes e reflexivos numa proporção que garanta o sucesso de nossos objetivos. Das quatro paredes, mantemos uma reflexiva e revestimos as outras três com materiais absorventes. A parede reflexiva é sempre a frontal (junto aos monitores) ou a traseira. A outra e as laterais podem ser revestidas dede vidro coberta por carpete ou tecido. Em casos mais simples, pode ser só um carpete bem fofo, ou até espuma.

A lã de vidro deve ser aplicada com cuidado, pois causa forte coceira e pode cegar. Antes de fixar as placas dede vidro numa parede, monte um xadrez com ripas de madeira e aparafuse-o à parede. As placas da lã serão encaixadas entre as ripas para melhor fixação à parede. Depois de cobrir a parede com uma ou duas camadas de lã, cubra-a com tecido ou carpete.

Quanto ao teto e ao chão, um dos dois é reflexivo e o outro absorvente. Se usar carpete no chão, deixe o teto reflexivo (usando alvenaria, madeira, fórmica). Se o piso for de material reflexivo (duro), cubra o teto com um material absorvente.

Evite deixar ângulos retos nos cantos da sala, quebrando-os com madeira ou outro material. Ângulos e paredes paralelas causam diversas reflexões indesejáveis.

Ar condicionado. Nos estúdios maiores, com o rebaixamento do teto, construímos uma cabine isolada e instalamos nela um condicionador de ar central. Da cabine até o centro de cada sala, passamos um duto sobre o teto rebaixado. Esses dutos, que se abrem no centro de cada teto, realizam as trocas de ar e mantêm o isolamento acústico graças às curvas que descrevem no caminho até as salas. O som não se propaga pelas curvas dos dutos.

Os estúdios menores, mesmo sem rebaixar o teto, precisam de ar condicionado. A solução é escolher aparelhos silenciosos e, se preciso, desligá-los durante os momentos em que gravamos com microfones, religando-os em seguida. O problema é que o som do exterior vaza para a sala através do condicionador de ar. Podemos construir um caixote para cobrir o aparelho na hora de gravar.

Há muitas outras técnicas que merecem ser estudadas, para evitarmos diversos problemas com as reflexões do som. Mas essas que abordamos podem ajudar na criação de soluções pessoais que sirvam aos estúdios pequenos e médios.

Para quem vai partir pro quebra-quebra, nunca é demais insistir que uma obra desse vulto precisa da orientação de um especialista. Para evitar um possível grande prejuízo, invista na contratação do melhor profissional que encontrar. E que ele tenha como indicar operários experientes na construção de estúdios. Nos grandes centros, contamos com excelentes profissionais. Visite outros estúdios, sinta o som e peça indicações.

Depois de sofrer algumas semanas com sua obra, vá à forra. Som na caixa. Aumenta que isso aí é rock’n roll!!!

FONTE: http://homestudio.com.br/blog/ ANO:2001

1 Track Recording Studio acoustic diffusers floating floor acoustic ceiling | É muito comum uma pessoa querer transformar uma sala ou quarto de sua casa num estúdio e achar que para isso basta forrar as paredes com carpete, cortiça ou até mesmo embalagens de ovos. Infelizmente, nem todos compreendem que as soluções acústicas podem até ser simples, mas é preciso entender os fenômenos para encontrar as formas mais adequadas de resolver os problemas.

Noções básicas de acústica para estúdios

By Marketing

É muito comum uma pessoa querer transformar uma sala ou quarto de sua casa num estúdio e achar que para isso basta forrar as paredes com carpete, cortiça ou até mesmo embalagens de ovos. Infelizmente, nem todos compreendem que as soluções acústicas podem até ser simples, mas é preciso entender os fenômenos para encontrar as formas mais adequadas de resolver os problemas.

O objectivo deste artigo é apresentar alguns conceitos básicos e mostrar novas formas de melhorar a acústica de um estúdio. Para questões mais complexas, recomendamos consultar profissionais qualificados.

Dimensões do estúdio


Este é um aspecto muito importante diz respeito às dimensões físicas do recinto. Geralmente existem frequências do espectro de áudio que podem produzir “ondas estacionárias” no ambiente, quando os comprimentos das ondas sonoras coincidem com as distâncias entre paredes, tecto e chão. A primeira solução para evitar esse fenômeno indesejável é projetar o estúdio com dimensões que dificultem o aparecimento das ondas estacionárias (alguns projetistas preferem até criar estúdios com paredes e tectos não paralelos).

tut acust02 | É muito comum uma pessoa querer transformar uma sala ou quarto de sua casa num estúdio e achar que para isso basta forrar as paredes com carpete, cortiça ou até mesmo embalagens de ovos. Infelizmente, nem todos compreendem que as soluções acústicas podem até ser simples, mas é preciso entender os fenômenos para encontrar as formas mais adequadas de resolver os problemas.Deve-se evitar recintos com distâncias iguais (ou múltiplas) entre paredes e entre piso e tecto, uma vez que isso facilita a ocorrência de ondas estacionárias. Além disso, a maior dimensão (digamos, o comprimento do estúdio) não deve ser mais de quatro vezes maior do que a menor dimensão (digamos, a altura do teto). Por outro lado, um recinto muito pequeno poderá tornar difícil o tratamento acústico para corrigir as “colorações” criadas no som pelas diversas reflexões. Salas maiores em geral são mais fáceis de ser tratadas acusticamente.

É recomendável fazer uma análise do comportamento acústico mais provável de acontecer no recinto, baseando-se nas distâncias entre paredes e altura do teto. A partir das conclusões dessa análise, pode-se saber se as dimensões são críticas ou viáveis. Se são críticas, devem ser redefinidas. E como nem sempre é possível determinar as dimensões do recinto mudando as paredes de lugar, muitas vezes a solução é construir uma nova parede à frente da original, ou rebaixar o tecto. Se as dimensões do recinto são viáveis, é necessário então avaliar quais os materiais a utilizar e de que maneira deverão ser usados, para que se possa eliminar as imperfeições acústicas que possivelmente ainda poderão ocorrer.

Para saber o comportamento acústico de um recinto retangular, sugerimos que utilize esta formula de Excel disponível como download no site da revista Música & Tecnologia. (após o download do ficheiro renomeie o mesmo para Cálculo.xls e abra-o com o Excel)

Enquanto ainda está na fase de escolha da concepção do estúdio, é também importante pensar previamente nas instalações eléctricas e, principalmente na instalação do sistema de ar condicionado. Se for necessário construir paredes ou tectos extras, verifique atempadamente as possíveis interferências com eléctrodos (para iluminação e alimentação de energia) e tubos de ar condicionado. Certifique-se de que as alterações das paredes e tecto para a solução acústica não geram problemas noutras áreas. Lembre-se sempre de que é melhor perder um pouco de tempo antes de fazer do que ter que refazer tudo de novo!

Isolamento acústico

Cada tipo de material possui uma característica própria, no que se refere a isolamento acústico, dependente da sua densidade e também de sua espessura. O parâmetro chamado de classe de transmissão sonora (STC) é um valor numérico de classificação que mostra a redução da transferência do som através de um determinado material, ou combinação de materiais. Essa classificação geralmente aplica-se a materiais duros, como o tijolo, o concreto ou a massa de parede entre outros. É verdade que qualquer material bloqueia uma porção da transmissão do som, mas efetivamente, os materiais de alta densidade são melhores nesse aspecto do que os materiais leves. A solução mais comum para reduzir a transferência do som de um ambiente para outro é o uso de parede dupla, com um espaço entre elas, que pode ter apenas ar ou um material mais absorvente (ex: lã-de-vidro). Quanto maior for o coeficiente, melhor será o isolamento. A tabela abaixo mostra alguns exemplos de materiais.

MATERIAL DA PAREDE STC
parede dupla de gesso 16mm c/ miolo de 10cm de lã-de-vidro 38
parede dupla de gesso 32mm c/ miolo de 10cm de lã-de-vidro 43
parede de tijolos de concreto com furos cheios de areia 53

Não esquecer que o isolamento deve ser eficaz nos dois sentidos, isto é, não deve permitir a passagem do ruído ambiente (tráfego por ex.) para dentro do estúdio, bem como evitar que o som do estúdio seja ouvido no exterior. Em alguns casos, é fácil isolar o som externo, mas torna-se muito difícil evitar que o som produzido no estúdio incomode os vizinhos!

Infelizmente, a maioria das paredes de construções comuns não possui densidade e espessura suficientes para abafar efetivamente o som (tanto de dentro para fora quanto de fora para dentro). Além disso, geralmente as casas ou imóveis comerciais possuem janelas e portas sem qualquer tratamento especial, através das quais o som pode passar com facilidade.

No caso de janelas voltadas para o exterior, a melhor solução é eliminá-las definitivamente, fechando-as com alvenaria. Caso isso não seja possível, então é necessário transformá-las em janelas especiais, com vidros mais espessos (preferencialmente duplos) e vedações eficientes. Tenha sempre em mente de que a janela poderá sempre ser um ponto fraco no isolamento acústico, além de ser uma fonte potencial de infiltração de água de chuva, por exemplo. No caso de estúdios de gravação, que precisam de uma janela interna entre a sala técnica e a sala de gravação, esta deverá possuir vidro duplo, montados de tal forma que não haja contacto direto entre a estrutura de fixação de cada um (veja figura).

tut acust04 | É muito comum uma pessoa querer transformar uma sala ou quarto de sua casa num estúdio e achar que para isso basta forrar as paredes com carpete, cortiça ou até mesmo embalagens de ovos. Infelizmente, nem todos compreendem que as soluções acústicas podem até ser simples, mas é preciso entender os fenômenos para encontrar as formas mais adequadas de resolver os problemas.Revestir simplesmente as paredes com carpete ou outro material comum não trará qualquer resultado prático, pois o som precisa de “massa” para ser bloqueado. Dessa forma, ainda que eventualmente possa melhorar a acústica interna, diminuindo reflexões, a camada fina da carpete não oferecerá qualquer resistência à transmissão do som.

No caso de paredes já existentes, uma solução é criar uma outra “parede” de gesso, afastada por alguns centímetros da parede original. O espaço entre a parede original e a nova parede pode ser preenchido com material absorvedor, como lã-de-vidro, por exemplo. É importante estar atento aos detalhes de fixação das placas de gesso, para que não haja um contacto direto entre as paredes que permita a transferência mecânica do som de uma a outra. Também é preciso eliminar todas as fendas e quaisquer tipos de frestas, através das quais o som poderá vazar.

O tecto e o piso originais do recinto também deverão ser avaliados dentro do mesmo objectivo de criar barreiras para a transferência do som. O mesmo princípio da parede dupla pode ser aplicado ao tecto, devidamente adequado às condições físicas (estrutura suspensa). Uma atenção maior deverá ser dada quanto à vedação de frestas e furos, uma vez que o tecto rebaixado geralmente é usado para a instalação de iluminação, passagem de cabos e tubos de ar condicionado.

O piso pode ser uma parte crítica, pois é nele que ocorrem os maiores níveis de ruído de impacto, sobretudo no caso de bateria e percussão (pedal de bombo, tambores colocados no chão, etc). Colocar um tapete grosso não resolve esse tipo de problema, embora possa atenuar o barulho de passos, por exemplo. Assim como no caso das paredes e do tecto, a solução mais indicada é criar um piso acima do original, e isolado deste por meio de algum tipo de suspensão (blocos de borracha, por exemplo).

Além da preocupação com o isolamento do ruído ambiente externo, é preciso avaliar também o ruído que será produzido pelo sistema de ar condicionado a ser instalado no estúdio. Além do barulho junto à máquina, deve-se levar em conta ainda a possível transferência desse ruído através do tubo de ar e também por transmissão mecânica, pela vibração da estrutura dos tubos e contacto destes com as paredes e tecto do estúdio. Uma das soluções para reduzir o barulho vindo por dentro dos tubos de ar é revesti-los internamente com material absorvedor. E para evitar a transferência da vibração da máquina pelos tubos, é comum fazer um desacoplamento mecânico do mesmo, seccionando-o e unindo as partes com uma peça flexível. Tais providências em geral causam perda de eficiência da máquina, o que deve ser também considerado.

Tratamento acústico

Uma vez construídas as paredes e o tecto do estúdio (nas dimensões optimizadas e dentro dos critérios adequados de isolamento), é necessário fazer um tratamento interno das superfícies, procurando-se as condições ideais para a aplicação que se deseja.

Antes de se definir qual o tipo de material a ser usado no tratamento acústico, é importante conhecer o coeficiente de redução de ruído (NRC). Ele é um valor numérico de classificação que permite quantificar a capacidade de um determinado material em absorver o som. Esse coeficiente em geral se aplica mais a materiais macios, como espuma acústica, lã-de-vidro, carpete, etc, embora também possa ser aplicado a materiais “duros” como tijolo e massa de parede. O NRC de um material é a média de absorção de várias frequências centrais entre 125 Hz e 4 kHz. Quanto maior for o coeficiente, melhor será absorção do material. A tabela abaixo mostra alguns exemplos de materiais.

MATERIAL NRC em 125 HZ NRC em 4 kHz
carpete grossa sobre concreto 0,02 0,65
piso de madeira 0,15 0,07
concreto pintado 0,01 0,08

Mesmo com um estúdio construído dentro de dimensões optimizadas, muito provavelmente ainda será necessário fazer algumas correções, devido às reflexões do som que ocorrerão nas superfícies. O tipo de solução no tratamento acústico vai depender da resposta que o recinto estiver a produzir. Existem soluções orientadas para cada tipo de problema.

Há algumas décadas, muitos estúdios eram construídos com revestimento acústico extremamente absorvedor, de maneira a “matar” totalmente as reflexões. Isso, no entanto, tornava muito débil o ambiente acústico do estúdio, se comparado aos locais onde normalmente se ouve música.

tut acust03 | É muito comum uma pessoa querer transformar uma sala ou quarto de sua casa num estúdio e achar que para isso basta forrar as paredes com carpete, cortiça ou até mesmo embalagens de ovos. Infelizmente, nem todos compreendem que as soluções acústicas podem até ser simples, mas é preciso entender os fenômenos para encontrar as formas mais adequadas de resolver os problemas.Hoje, os estúdios costumam ter uma acústica “neutra”, geralmente com uma parede mais reflexiva e outra mais absorvedora. Para se conseguir essa situação, utilizam-se painéis de materiais adequados presos às paredes do estúdio, de forma a absorver energia das ondas sonoras que atingem as paredes. O tipo de recurso a ser usado vai depender da faixa de frequências do espectro do som que se queira absorver.

Os materiais porosos (espuma, carpete, etc) em geral são eficientes para absorver agudos, pelo fato destes possuírem comprimentos de onda pequenos, e assim qualquer pequena irregularidade do material é capaz de diminuir a energia da onda sonora. Já no caso dos graves, é preciso criar dispositivos compatíveis com os comprimentos de onda grandes, o que é feito com painéis especiais de amortecimento (chamados de “bass-traps”), que vibram com os graves e ao mesmo tempo absorvem a energia dessa vibração, não devolvendo a onda ao ambiente. Em algumas situações, pode ser necessário reduzir a sustentação de apenas uma determinada faixa de frequências do espectro, e para isso são usados painéis sintonizados, devidamente calculados.


Conclusão

Como se pode ver pelo exposto, o project acústico de um estúdio envolve vários factores, que devem sempre ser considerados. Ainda que se possa estimar previamente o comportamento do recinto, somente depois de construído e com todos os equipamentos instalados e operando é que se consegue ter uma avaliação concreta, pois as superfícies dos equipamentos e do mobiliário podem também interferir no resultado que se ouve.

Por isso, é aconselhável consultar um profissional experiente, que com sua vivência no assunto poderá prever com muito mais precisão os resultados.

Referências: 

– Exemplos de Projeto de Acústica – Audio List FAQ
– Música & Tecnologia – Download
– Practical Guidelines For Building A Sound Studio – Auralex Acoustics
– Studio Acoustics – Primacoustic
– Building a Recording Studio (Jeff Cooper) – Synergy Group


por Miguel Ratton

Os direitos de publicação deste artigo foram gentilmente cedidos por Miguel Ratton e encontra-se também disponível no site music-center.com.br 

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