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DSCF0774 | Gravar vozes e instrumentos acústicos ou elétricos é uma das tarefas mais críticas de um estúdio. E, se não há regras, qual é a melhor maneira de se captar cada som? Como ponto de partida, vale a pena conhecermos os procedimentos mais comuns de captação e os microfones mais usados pelos estúdios mundo afora.

Microfones e captação do som nos estúdios

By Marketing

Gravar vozes e instrumentos acústicos ou elétricos é uma das tarefas mais críticas de um estúdio. E, se não há regras, qual é a melhor maneira de se captar cada som? Como ponto de partida, vale a pena conhecermos os procedimentos mais comuns de captação e os microfones mais usados pelos estúdios mundo afora.

Comecemos pela escolha do local mais adequado dentro da sala de gravação, aquele onde os sons têm maior naturalidade. Do mesmo modo, devemos sempre experimentar o posicionamento correto do microfone diante da fonte sonora. Essas duas precauções são mais valiosas até do que a própria escolha do microfone.

É fácil a gente concordar com isto, imaginando o seguinte: o que vai captar melhor a minha voz, um microfone barato comprado na rua, posicionado a 5 centímetros de distância da minha boca, ou um microfone sofisticado para estúdio, só que a 10 metros de mim? É claro que a posição do microfone faz muita diferença, então! Não adianta investir sem saber posicionar os microfones.

Pré-amplificadores. Os microfones trabalham em níveis de volume mais baixos do que os instrumentos eletrônicos, como teclados, baterias ou aparelhos como as mesas e as placas de som. Para operarem em níveis compatíveis com os dos demais equipamentos, os microfones precisam ser pré-amplificados, isto é, amplificados antes de entrarem no sistema de som.

Podemos utilizar pré-amplificadores avulsos para os microfones e enviar o som dali para a placa de som. Existe uma grande quantidade de bons modelos no mercado. Por outro lado, podemos utilizar os preamps de uma placa de som, o que costuma sair bem mais em conta. Ou usar uma mesa.

Conexões. Os microfones podem ser ligados diretamente à mesa, caso não disponhamos de um pré-amplificador específico para eles. A mesa deve ter entradas balanceadas no formato Cannon XLR de três pinos para uma melhor qualidade do som.

O microfone usa uma saída balanceada, que contém um terceiro fio que neutraliza ruídos e interferências eletromagnéticas no seu sinal, além dos tradicionais fios neutro efase. A saída balanceada do microfone é conectada à mesa através de um cabo com plugues XLR (ou Cannon).

Captação de guitarra

Captação de guitarra

            Tipos.Os microfones para gravação, quanto ao seu modo de funcionamento, se dividem em dois grupos principais: dinâmicos e a condensador.

Microfones dinâmicos, os também chamados microfones duros, baseados numa bobina móvel acoplada à membrana, têm em geral uma resposta um tanto “dura”, só captando bem a fonte sonora próxima à membrana. Esses modelos são os mais recomendados para captar sons de maior intensidade ou pressão, como percussão, metais (sopros) e alto-falantes de guitarra. Com sua resposta fraca para sons mais distantes, são muito úteis para os pequenos estúdios sem tratamento acústico, assim como para o uso no palco, já que são resistentes a ruídos de manuseio.

Microfones a condensador. Bem mais sensíveis que os dinâmicos, são mais usados em estúdios de gravação e de TV, otimizando a qualidade sonora. Ideais para captar vozes e instrumentos com sons de média ou pouca intensidade, desde que num ambiente acústico tratado. Também chamados de microfones a eletreto ou capacitivos, esses modelos precisam de energia elétrica para alimentar o condensador.

Phantom power. Geralmente, a mesa de som ou o pré-amplificador tem uma chave dephantom power, que envia uma corrente elétrica com a tensão de 48 Volts para o condensador através do próprio cabo de áudio do microfone. Os outros tipos de microfones, como os dinâmicos, ignoram esta energia “fantasma” (ou seja, invisível, sem um cabo próprio).

Microfonia ou feedback é a realimentação ou o retorno do som captado pelo microfone a ele próprio após o som ser amplificado e reproduzido pelo alto-falante. O microfone não pode estar na mesma sala que um alto-falante ligado reproduzindo o seu som, pois será inevitável a microfonia. Durante a gravação, capte os sons em outra sala, isolada acusticamente, ou use fones de ouvido em vez dos alto-falantes.

Cardioide

Cardioide

Áreas de captação. Microfones podem captar o áudio vindo de várias direções com diferentes curvas de atuação, popularmente chamadas unidirecionais e multidirecionais. Fora dessa área, a captação se reduz a níveis muito baixos. Dependendo dos modelos, podem atuar de uma única maneira ou de várias, escolhidas num seletor. É importante observarmos e compreendermos osdiagramas polares dos manuais para conhecermos a sua área de captação. Os ícones de cada diagrama costumam vir desenhados no próprio microfone.

Unidirecionais. Os microfones unidirecionais são chamados assim por captarem melhor os sons que vêm da sua frente. De acordo com a abrangência de sua atuação (captando os sons em áreas mais estreitas ou mais largas), eles podem se classificar como cardioides, supercardioides e hipercardioides.

Os microfones cardioides captam melhor os sons emitidos dentro de uma área em forma de coração, diante da cápsula e a moderada distância. Quanto mais a fonte sonora se posicionar à frente da cápsula do microfone, maior será o ganho. Quanto mais ela se afastar da frente da cápsula, girando em torno do microfone, menor o nível do som captado. Por trás do microfone a captação é anulada.

Supercardioide

Supercardioide

Os supercardioides e os hipercardioidestêm essa área de captação frontal ainda mais estreita. Embora também captem os sons mais próximos (ou mais fortes) que vêm de trás, eles não são capazes de captar os sons que vêm de trás em diagonal.

Se, por um lado, esses microfones são insuficientes para captar o som de uma área mais larga, como um coro, por outro lado, reduzem os vazamentos de ruídos externos na gravação, sendo ainda mais úteis em gravações de várias fontes sonoras com vários microfones e nos estúdios sem isolamento acústico.

Onidirecionais. Mais conhecidos como microfones omnidirecionais, os também chamados multidirecionais captam o som que vem de todas as direções. São ideais para gravação de seções de orquestras e coros, além de permitir boa captação em um ambiente sem vazamentos.

Figura-de-8. Captação de duas regiões esféricas, uma à frente e a outra atrás do microfone, isolando os sons laterais. Boa para gravar duas fontes sonoras posicionadas uma diante da outra. Também chamado de bidirecional.

Hipercardioide

Hipercardioide

Multidirecionais. Microfones que permitem selecionar entre os diversos diagramas polares através de uma chave seletora. No entanto, o termo também se refere aos microfones onidirecionais e figura-de-8.

            PZM. Pressure Zone Microphone,boundary mike ou microfone de ambiente é um tipo de microfone com o formato achatado, geralmente pendurado em uma parede lateral da sala de gravação. Seu elemento é afixado suspenso sobre um dos lados de uma folha de material reflexivo ao som. Por isso mesmo seu padrão de captura é o mais aberto possível, assemelhando-se a uma semi-esfera, registrando sons provenientes de todas as direções em relação à sua superfície superior.

Colecionando microfones. Existe uma infinidade de modelos de microfones para estúdios de gravação e muitas excelentes fábricas. Os modelos aqui citados são os mais freqüentemente encontrados em grandes, médios e pequenos estúdios, devido à sua qualidade, versatilidade, seu custo/benefício ou outros fatores.

Se o seu home studio ainda é básico, sem tratamento acústico, este não é o momento apropriado para adquirir uma coleção de microfones para todas as finalidades. Neste caso, o uso de um ou dois microfones dinâmicos, desses que se usam nos palcos, pode ser uma solução natural.

Onidirecional

Onidirecional

Dinâmicos e, portanto, pouco sensíveis a sons mais distantes, além de unidirecionais (cardioides), esses modelos compensam bastante a ausência do isolamento e do tratamento acústico.  Econômicos com relação à qualidade, permitem a poupança para os próximos investimentos.

O estúdio de médio porte pode adotar, para uso geral, um bom modelo a condensador que sirva para captar vozes e instrumentos como o violão, além de um dinâmico para os sons mais agressivos.

Para o pequeno estúdio com isolamento e algum tratamento acústico, surgiram nos últimos anos muitos modelos de microfones a condensador de baixo custo.

Para home studios maiores, a aquisição dos microfones segue a sua própria vocação. Gravar bateria, por exemplo, demanda a compra de um kit de microfones específicos para os tambores e pratos, além da necessidade de uma sala especial para a sua captação. Também por isso a maioria dos home studios opta pelo uso das baterias virtuais e dos loops.

Qualquer que seja a sua escolha, lembre-se que o mais importante é sempre o posicionamento do microfone e da fonte sonora durante a captação.

Figura-de-8

Figura-de-8

Vejamos, então, aqui, algumas técnicas e os microfones mais usados para a captação de vozes e dos instrumentos mais comuns:

Voz. Os microfones a condensador são os mais apropriados. Os mais usados nos estúdios comerciais são o Neumann U87 e o AKG C 414. Vários modelos da Behringer, da CAD e da MXL, entre outras fábricas, são alternativas usuais para um home studio de porte médio. O microfone deve ficar sempre no pedestal, com suspensão própria e uma tela para filtrar o som da voz e barrar a emissão mais forte do ar, que causa o indesejável “puf” ou “pop” na gravação.

A distância do microfone a condensador varia de acordo com a potência vocal do cantor, geralmente entre uns cinco e uns trinta centímetros, na altura dos olhos ou um pouco abaixo. Usando um microfone dinâmico (no pequeno estúdio), devemos posicioná-lo a 45 graus da boca do cantor e a distância será de um a cinco centímetros.

Após “passarmos o som” não devem ser feitos outros ajustes de volume durante a gravação. Toda a dinâmica fica por conta do cantor e de seu posicionamento diante do microfone. Os demais ajustes só serão realizados na mixagem. Caso ocorra um pico excessivo ou clip no sinal de áudio durante a gravação, devemos interrompê-la. Observamos onde ocorreu o pico (no preamp, no canal da mesa, na placa de som ou no retorno), corrigimos o nível e reiniciamos a gravação.

Violão. Temos aqui várias opções de captação. Em um ambiente acústico ideal, o violão com cordas de nylon será captado por um ou dois microfones a condensador, como os citados aqui para voz, a uns trinta centímetros do tampo frontal do instrumento e a uns sessenta centímetros um do outro (se usarmos dois). Evitamos posicionar o microfone próximo à boca do violão, de onde o ar sai com muita pressão.

Microfone  lapiseira

Microfone lapiseira

Na maioria dos home studios, uma boa opção é começar experimentando posicionar um microfone a condensador, ou mesmo um dinâmico, a poucos centímetros da parte inferior do tampo do violão, geralmente na parte de trás. Use um fone de ouvido para escolher as melhores posições do violão e do microfone.

O violão com cordas de aço ou folk, atuando em conjunto com outros instrumentos de harmonia, pode ser captado por um microfone que realce as altas freqüências (agudos), desses de prato de bateria, com o formato de lapiseira.

Guitarra. A captação da guitarra costuma ser feita através de microfones dinâmicos, captando o alto-falante do amplificador a uns dez ou quinze centímetros. O microfone aponta perpendicularmente para o centro do raio do cone do alto-falante. O amplificador deve estar em outra sala, isolado da técnica. Usa-se também a gravação em linha através de um pré-amplificador ou um simulador de amplificadores.

Baixo. Pode ser conectado diretamente à placa de som, ou à mesa, ou via amplificador, ou microfonado ou de várias formas combinadas. Microfonado, segue os padrões da guitarra, usando um microfone dinâmico. Em linha, o som é mais nítido. As cordas têm que estar novas, o instrumento regulado e, se usar captação ativa, bateria nova.

Bateria. Usam-se vários microfones diferentes, em geral dinâmicos para as peles e a condensador para os pratos. Para o bumbo, o mais comum é o AKG D 112, dentro do bumbo.  Sobre a caixa, usa-se muito o Shure SM57, voltado para a pele superior, a uns 5cm da borda. Muitos técnicos de captação usam nos tom-tons o Sennheiser MD 421 e no surdo, o Electro-Voice RE 20, posicionados como na caixa. Usa-se mais para o contratempo o Shure SM94. Os pratos podem ser captados por cima, por dois microfones “overall” do tipo lapiseira, como o Shure SM81.

Nunca é demais experimentarmos outras opções de captação, já que o que realmente importa é o resultado. A boa execução vocal ou instrumental é o fator mais importante para uma gravação de qualidade. Não deixe para recuperar a qualidade na mixagem. As melhores soluções são encontradas na hora de gravar.

Nos estúdios de gravação existem microfones específicos para a captação de cada tipo de voz ou instrumento musical, como também há modelos mais versáteis para uso geral. Informe-se, não deixe de testá-los e compará-los com os concorrentes em condições acústicas normais e iguais antes de comprar. E compre o que o seu ouvido mandar.

  • Artigo gentilmente cedido por SERGIO IZECKSOHN
  • Para ler este e outros artigos na fonte original acesse: http://homestudio.com.br/blog/
251683 | Particularmente em sistemas de sonorização, ou em sistemas complexos de gravação e radiodifusão, as conexões balanceadas são preferenciais porque elas são bem menos suscetíveis a captação de interferência. Os equipamentos profissionais que operam em +4 dBu usualmente (mas nem sempre) possuem entradas e saídas balanceadas. Conexões não-balanceadas podem operar muito bem em sistemas de áudio de pequeno porte, ou em sistemas fixos (permanentes), onde os problemas de loops de terra podem ser eliminados de uma vez, e esquecidos. Em sistemas de sonorização portáteis, é melhor evitar conexões não-balanceadas.

Cabo Balanceado vs Não-Balanceado

By Marketing

Conexões não-balanceadas empregam dois condutores: um no potencial do aterramento e o outro conduzindo o sinal. Os equipamentos que operam em nível de -10 dBV quase sempre usam conexões não-balanceadas. Conexões balanceadas empregam dois condutores, cada um conduzindo o mesmo potencial de sinal, mas com polaridade invertida em relação um ao outro. A conexão balanceada pode ter ou não uma referência de aterramento. Se não tiver, é chamada de conexão “flutuante”. Uma conexão balanceada com referência de aterramento requer três condutores, sendo o terceiro o potencial de aterramento (uma conexão flutuante pode também ter um terceiro condutor, mas ele é usado como blindagem e não como potencial de aterramento).
OBS.: O termo “push-pull” também tem sido usado para descrever uma saída balanceada, mas é mais adequado para descrever o tipo de saída de amplificadores de potência, e não circuitos de sinal de linha.

Por que usar conexões balanceadas?

Particularmente em sistemas de sonorização, ou em sistemas complexos de gravação e radiodifusão, as conexões balanceadas são preferenciais porque elas são bem menos suscetíveis a captação de interferência. Os equipamentos profissionais que operam em +4 dBu usualmente (mas nem sempre) possuem entradas e saídas balanceadas. Conexões não-balanceadas podem operar muito bem em sistemas de áudio de pequeno porte, ou em sistemas fixos (permanentes), onde os problemas de loops de terra podem ser eliminados de uma vez, e esquecidos. Em sistemas de sonorização portáteis, é melhor evitar conexões não-balanceadas.

Entradas balanceadas com e sem transformadores

Muito freqüentemente. equipamentos profissionais modernos usam acoplamento direto (e não transformadores). A entrada balanceada com acoplamento direto muitas vezes é chamada de “entrada diferencial”. Uma das desvantagens dos circuitos diferenciais é que eles podem não estar “flutuantes”, e por isso às vezes é preciso adicionar transformadores auxiliares para eliminar o ruído induzido (devido aos loops de terra ou a níveis muito altos de sinais de ruído). As entradas (e saídas) balanceadas algumas vezes são implementadas usando um transformador, que pode ou não possuir um tap central. Quando presente, o tap central em geral não deve ser aterrado. A presença de um transformador não garante o balanceamento do circuito; uma conexão não-balanceada pode estar acoplada por transformador, e uma saída balanceada pode ser desbalanceada se conectada à uma entrada não balanceada.

Como interconectar vários tipos de circuitos?

A natureza da saída ativa determina o tipo de cabo que deve ser usado quando aquela saída balanceada é conectada a uma entrada não balanceada. Usualmente deve ser empregado um cabo blindado com dois condutores, permitindo ao cabo permanecer razoavelmente balanceado até a entrada do equipamento não-balanceado. Isso realmente ajuda a cancelar o ruído porque a blindagem drena o ruído para o terra, e não é ela quem conduz o sinal. A resistência finita da blindagem faz com que seja diferente aterrar a blindagem e a parte baixa do cabo na entrada não-balanceada do que aterrá-los na saída do equipamento balanceado.
O balanceamento faz com que a transmissão seja mais limpa, sem ruídos, mesmo a grandes distâncias. Só para comparar, tenho um cabo balanceado com 250 metros de comprimento e o som de um microfone dinâmico chega limpíssimo do outro lado. Cabos balanceados são sempre de dois condutores interna + malha de terra e exigem conectores também de três pinos (XLR ou P10 TRS – o “P10 estéreo”).

Quais conectores usar?

Temos em geral o tipo mono (um condutor e blindagem) e o estéreo (dois condutores e blindagem). Geralmente, não há a escolha quanto ao tipo de conector a usar, pois os equipamentos já determinam isso. Em alguns casos, pode-se ter alternativas, como com conectores de 1/4?, que podem estar disponíveis para dois ou três condutores. É preciso saber previamente, antes de efetuar as conexões. No mercado, há conectores bem feitos, com baixa resistência de contato (e pouca tendência em desenvolver uma resistência a longo prazo), e mal feitos. Eles podem estar bem firmes no cabo, com blindagem e condutores internos bem soldados, e o cabo bem preso à braçadeira do plug. E podem também ser construídos com pouca atenção a esses detalhes. Consulte o vendedor sobre as características construtivas do cabo, e você se certificará de que, no longo prazo, será mais econômico não comprar o cabo mais barato. Além disso, é possível usar vários tipos de cabos com um determinado conector, e por isso você poderá encontrar cabos melhores ou cabos não tão bons para uma mesma aplicação. O que faz tudo isso complexo é que o “adequado”  depende da natureza dos circuitos de entrada e de saída que estão sendo interconectados.

A importância de um bom cabo

Um cabo possivelmente custa menos do que qualquer outro componente do sistema de sonorização (exceto os multi-cabos – “snakes” – que de fato são caros). Claro, pode-se ter dezenas de cabos num único sistema, e o custo até chegar a um valor razoável. Ruídos de “hum”, perda de sinal, ou falhas nas saídas por causa de curto-circuito, tudo isso pode ser causado por um cabo. Nunca tente economizar dinheiro nos cabos. Todo fio é diferente, assim como nem todos os conectores são feitos da mesma forma. Mesmo que o diâmetro final, calibre do cabo e a montagem em geral seja similar, dois cabos podem ter propriedades elétricas e físicas diferentes, tais como resistência, capacitância e indutância entre condutores, flexibilidade, densidade de blindagem, durabilidade, capacidade de suportar esmagamento, dobramentos, tração, fricção, etc. Os cabos de microfone devem sempre ter braçadeiras amarrando-os aos plugs. A melhor blindagem que se pode ter em instalações fixas (permanentes) ou dentro de racks é a blindagem por folha, mas esses cabos não são particularmente fortes e a blindagem se deteriorará caso eles sejam muito flexionados. As blindagens trançada e enrolada são mais usadas em cabos de microfone e de instrumentos. A trançada é preferida porque a enrolada tende a se abrir quando o cabo é flexionado, o que não só degrada a densidade de blindagem, mas também causa ruído no microfone. Se a capacitância do cabo se altera quando este é flexionado, isso pode modificar o nível de ruído induzido. Esse é o maior problema com a alimentação “phantom power” em cabos de microfone, embora isso possa ocorrer em qualquer cabo, e é algo que ninguém deseja num sistema de sonorização. Pode-se evitar esse problema usando-se cabos com material dielétrico (isolante) estável, e com uma blindagem bem trançada que esteja bem presa ao plug, de forma que não ocorram aberturas na blindagem quando o cabo é flexionado. Os cabos de microfone e de instrumentos costumam ter plugs com uma capa de borracha, que dá uma boa pegada e é flexível numa faixa ampla de temperatura. Também se usa para isso vinil de boa qualidade. Alguns cabos com um condutor e blindagem parecem similares aos cabos coaxiais usados para sinal de TV e rádio (ex: RG-58, RG-59), mas existe uma diferença maior. Os cabos coaxiais para uso com rádio-freqüência (RF) geralmente possuem condutor central rígido (ou condutor feito com poucos fios grossos), e sua capacitância é bem diferente da dos cabos de áudio O cabo coaxial também é menos flexível, por isso não use cabos de RF para aplicações de áudio.

Cabos sem blindagem e cabos para caixas acústicas.

A blindagem adiciona capacitância, massa, peso e custo a um cabo, e por isso algumas pessoas tentam evitá-la. Isso é aceitável no caso de linhas telefônicas, mas jamais considere a possibilidade de usar cabos sem blindagem para microfones ou instrumentos.
Nas caixas acústicas, o nível de sinal é tão alto que o ruído eletromagnético é insignificante e por isso pode-se usar cabos sem blindagem. Na verdade, cabos blindados em caixas acústicas apresentam uma reatância maior e podem induzir a oscilações parasitas!

Leia também Sound Reinforcement Handbook, de Gary Davis e Ralph Jones, 2a. edição revisada, fev/1990, publicada por Hal Leonard Publishing Co.
© 1992 Yamaha Corporation of America
Tradução: Miguel Ratton (gentilmente cedido por ele para publicação aqui)
Este artigo foi publicado no music-center.com.br em 2003

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