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Além de os microfones poderem ser classificados segundo seus elementos geradores, eles também podem ser identificados por suas propriedades direcionais, isto é, com que facilidade captam o som de diversas direções. A maioria dos microfones pode ser classificada em um de dois grupos principais: omnidirecional e direcional. Microfones omnidirecionais são os mais simples de projetar, construir e compreender. Eles também servem como referência para a comparação de todos os outros microfones.
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Omnidirecional

Omnidirecional

Os microfones omnidirecionais captam o som de todas as direções de maneira praticamente igual. Funcionarão igualmente bem tanto quando apontados para longe quanto apontados na direção do tema, se as distâncias forem iguais. No entanto, até mesmo os melhores modelos omni tendem a se tornar direcionais em freqüências mais elevadas; assim, o som que vem por trás pode parecer um pouco mais “embotado” do que o que vem pela frente, embora pareça igualmente “alto”.

O tamanho físico do microfone omnidirecional tem relação direta com a manutenção de suas características omnidirecionais em freqüências muito elevadas. O corpo do microfone simplesmente bloqueia os comprimentos de onda mais curtos das altas freqüências que chegam por trás. Por isso, quanto menor o diâmetro do corpo do microfone, mais ele pode se tornar verdadeiramente omnidirecional.

Direcional

Os microfones direcionais são especialmente projetados para responder melhor a sons que vêm pela frente (e por trás, no caso dos bidirecionais), tendendo a rejeitar sons que chegam de outras direções. Esse efeito também varia com a freqüência, e somente os melhores microfones são capazes de proporcionar rejeição uniforme em uma ampla gama de freqüências. Essa capacidade direcional geralmente é resultado de aberturas externas e passagens internas no microfone, que permitem que o som alcance os dois lados do diafragma de maneira cuidadosamente controlada. O som que chega pela frente do microfone ajudará a movimentar o diafragma, enquanto o som que chega pela lateral ou por trás cancelará o movimento.

Os tipos direcionais básicos incluem o cardióide, o subcardióide, o hipercardióide e o bidirecional. Também incluído na categoria geral de microfones direcionais está o microfone de linha ou “shotgun”, um projeto mais complexo que pode proporcionar uma direcionalidade consideravelmente mais elevada do que os quatro tipos direcionais básicos.

Hiper Cardióide (110º)

Captam com maior eficácia os sons emitidos na sua frente, conforme vai se deslocando do eixo central do microfone, sua captação é reduzida. Desta forma, sons vindos de trás não são captados ou são captados com pequena intensidade.

 Shotgun ou Ultra Cardióide

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Polar_pattern_directional.png

Shotgun ou Ultra Cardióide

Quando for necessário posicionar microfones a distâncias ainda maiores, os microfones de linha ou “shotgun” são muitas vezes a melhor escolha. Os microfones de linha são excelentes para utilização com vídeo e filmagens, para captar o som quando o microfone precisa estar localizado fora do quadro, isto é, fora do ângulo de visualização da câmera.

O microfone de linha utiliza um tubo de interferência em frente ao elemento para assegurar um cancelamento muito maior do som que chega das laterais.

Como regra geral de projeto, o tubo de interferência de um microfone de linha precisa ser dimensionado para estreitar o ângulo de aceitação e aumentar a distância de trabalho. Embora microfones de linha mais curtos talvez não proporcionem uma distância de trabalho tão grande como suas contrapartes mais longas, seus ângulos de aceitação maiores são preferíveis para algumas aplicações porque não há necessidade de apontar com muita precisão. Alguns microfones “shotgun” utilizam um sistema que apresenta o mesmo desempenho com um tubo de interferência um terço mais curto do que os sistemas convencionais.

Bidirecionais ou “Figura 8?

Captam o som igualmente no eixo da cápsula (0º e 180º), rejeitando o som que chega a 90º e a 270º.

 Como soam?

A uma distância de aproximadamente 6 m, em um ambiente absolutamente “morto”, um bom omni e um bom cardióide podem soar de maneira bastante semelhante. Mas, se colocados lado a lado em um ambiente “vivo” (uma igreja grande ou auditório, por exemplo), será possível notar uma diferença imediata. O omni captará todas as reverberações e ecos – o som parecerá muito “vivo”. O cardióide também captará alguma reverberação, mas muito menos, e seu som não se alterará tanto quando comparado ao som do ambiente “morto” (é o “Fator de distância” em ação.)

Se você estiver em um ambiente muito ruidoso e puder apontar o microfone para longe do ruído, uma comparação mostrará que o cardióide apresentará melhor relação entre som desejado ou indesejável do que o omni.

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Figura 8: Influência do efeito de proximidade na resposta de um microfone.

Efeito de proximidade

Agora vamos repetir a comparação acima, só que desta vez com os microfones muito próximos à fonte (talvez um cantor). A uma distância de aproximadamente cinco centímetros, pode-se notar uma resposta crescente às freqüências baixas na maioria dos microfones cardióides. Isso é conhecido como efeito de proximidade, uma característica não compartilhada pelo microfone omnidirecional utilizado para comparação.

O efeito de proximidade pode ser uma bênção ou uma maldição, dependendo de como é utilizado. Um cantor pode conseguir um som profundo, terreno, ao cantar bem próximo e depois alternar para um som mais penetrante cantando mais alto enquanto afasta o microfone. Esse tipo de utilização criativa exige alguma prática, mas é muito eficiente. Por outro lado, cantar no mesmo volume (sem ter em mente efeitos especiais), aproximando e afastando o microfone, criará problemas de equilíbrio tonal, além das alterações no nível global do microfone. Alguns artistas também gostam de trabalhar sempre bem próximos para “reforçar” uma voz normalmente “suave”.

O efeito de proximidade pode ser utilizado com eficiência para eliminar a realimentação em uma situação de reforço de som. Se um artista trabalhar muito próximo ao microfone e não necessitar do reforço nos sons de baixa freqüência, é possível utilizar um equalizador para diminuir a resposta de baixos do canal. Isso torna o microfone menos sensível à realimentação em freqüências baixas, uma vez que ele agora está menos sensível a qualquer sinal de baixa freqüência que chegue de mais de 30 cm de distância (essa técnica de equalização também ajudará a diminuir o efeito de qualquer ruído devido à movimentação).

Qual padrão é o “melhor”?

A escolha entre um microfone direcional ou omnidirecional pode depender da aplicação (gravação X reforço de som), das condições acústicas, da distância de trabalho exigida e do tipo de som que se deseja obter. Os microfones direcionais podem eliminar ruídos indesejáveis, diminuir os efeitos da reverberação e aumentar o ganho antes da realimentação. Em ambientes com boas condições acústicas, microfones omnidirecionais, adequadamente posicionados, podem preservar o “som” do local de gravação e muitas vezes são preferidos por sua resposta plana e isenção de efeitos de proximidade.

Os microfones omnidirecionais normalmente resistem melhor ao ruído de vento, a ruídos mecânicos ou de movimento do que os microfones direcionais. Os omnis também são menos suscetíveis aos “estalos” causados por certas consoantes explosivas na fala, como “p”, “b” e “t”. Gravadores sérios sem dúvida desejarão ter os dois tipos disponíveis de microfones prontos para todas as situações de gravação.

Fonte: http://www.audio-technica.com/cms/site/193088c106b67d27/index.html
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